30/May/2025
Reconhecido nesta quinta-feira (29/05) pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) como país livre de febre aftosa sem vacinação, o Brasil iniciou as campanhas para erradicação da doença na década de 1960. Desde lá, o País foi avançando gradativamente tanto no controle da doença quanto na retirada de vacinação nos Estados até alcançar hoje o status sanitário máximo. O Brasil alcançou o reconhecimento internacional com o novo status sanitário um ano antes do previsto no Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA).
Ao todo, mais de 244 milhões de bovinos e bubalinos em cerca de 3,2 milhões de propriedades deixaram de ser vacinados contra a doença, processo iniciado há mais de 50 anos, segundo informações do Ministério da Agricultura. A última ocorrência da doença em território nacional foi em 2006, seguida da implementação de zonas livres de febre aftosa. Até então, somente os Estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e de Mato Grosso tinham o reconhecimento internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação pela OMSA. Linha do tempo até o Brasil se tornar livre de febre aftosa sem vacinação, elaborada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA):
- Década DE 1960: Início das campanhas de erradicação no Brasil
Normas estaduais passam a ser criadas para mobilização de esforços para erradicação da febre aftosa, com a instituição da vacinação obrigatória e criação dos Grupos Executivos de Combate à Febre Aftosa (Gecofa)
- 2000 a 2004: Consolidação do controle da febre aftosa com vacinação
O País intensifica as campanhas de vacinação em massa;
Diversos Estados conquistam o status de "livre de febre aftosa com vacinação"
- 2005 a 2006: Surtos em regiões de fronteiras
Ocorrência de focos em Estados como Mato Grosso do Sul e Paraná;
Suspensão temporária de exportações para diversos mercados;
Medidas emergenciais de vigilância e abate sanitário são adotadas
- 2017: Lançamento do Plano Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (Pnefa)
Meta estabelecida: tornar o País livre de febre aftosa, sem vacinação, até 2026;
Estratégia inclui a retirada gradual da vacinação, a modernização dos serviços veterinários estaduais, controle em fronteiras e vigilância ativa
- 2020: Primeiras regiões reconhecidas nacionalmente como livres sem vacinação
Estados: Acre, Rondônia, parte do Amazonas e parte do Mato Grosso;
Rebanho sob nova classificação: 25 milhões de cabeças
- 2021: Paraná recebe reconhecimento internacional pela OIE (atual OMSA)
Status: Livre de febre aftosa, sem vacinação;
Rebanho envolvido: 9 milhões de cabeças;
Abertura de novos mercados para carne in natura
- 2021: Rio Grande do Sul, Acre e Rondônia também reconhecidos internacionalmente
Total estimado de rebanho livre sem vacinação no Brasil: 44,5 milhões de cabeças;
Expansão do status sanitário fortalece exportações
- 2023 a 2024: Avanços na retirada da vacina em outros Estados e reconhecimento nacional
Estados em transição ou habilitação: Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Espírito Santo, Tocantins, São Paulo, Bahia, entre outros;
Rebanho estimado em processo de descontinuação da vacinação: 80 milhões de cabeças;
Monitoramento ativo substitui vacinação em zonas reconhecidas;
Última vacinação no `País (Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas) e reconhecimento nacional de país livre de aftosa, sem vacinação (Portaria Mapa 678/2024);
Setembro/2024: envio do pleito a OMSA para reconhecimento de país livre de aftosa, sem vacinação
- 2025: Meta alcançada: Brasil reconhecido como país livre de febre aftosa sem vacinação
Reconhecimento integral pela OMSA em maio de 2025;
Impacto direto: abertura de mercados mais exigentes e valorização da proteína animal brasileira;
Brasil passa a figurar entre os maiores exportadores com status sanitário máximo
Fonte: CNA. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.