30/May/2025
Segundo a consultoria Agrifatto, o reconhecimento oficial do Brasil como país livre de febre aftosa sem vacinação, anunciado nesta quinta-feira (29/05) pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), deve ter impacto limitado nas exportações de carne bovina e ainda levanta preocupações com a biossegurança nas fronteiras. Mais do que benefícios comerciais, há riscos com o fim da vacinação. A grande preocupação são os mais de 17 mil quilômetros de fronteira seca que o Brasil tem e a falta de controle que acontece nessa fronteira. A ausência de reforço na fiscalização fronteiriça também foi criticada. Não houve nenhum investimento adicional ser aplicado para defender a fronteira.
O contingente é pequeno, e em regiões como Ponta Porã (MS), por exemplo, é comum ver gado transitando de forma livre. O Brasil já é líder mundial em exportação de carne bovina e a vacinação não foi um impeditivo para a entrada de países concorrentes em mercados exigentes. O Uruguai, por exemplo, exporta para Japão e Coreia do Sul e é livre com vacinação. O entrave para a ampliação das exportações brasileiras a países como Japão e Coreia do Sul está mais ligado ao perfil do produto. Esses países compram muito produto premium. O Brasil tem basicamente commodity para oferecer, com raças zebuínas. É um outro tipo de produto.
Ainda assim, há espaço para a carne brasileira nesses mercados, especialmente nos segmentos de food service e produtos industrializados. O segundo maior mercado do Brasil é os Estados Unidos. O País exporta muita carne industrializada aos norte-americanos. Japão e Coreia do Sul são menores, mas existe espaço. O reconhecimento como área livre sem vacinação, no entanto, não deve gerar um prêmio adicional imediato. Já houve um estudo de Santa Catarina, que estabeleceu área livre sem vacinação para suínos, e nada aconteceu. Não houve abertura de mercado nem valorização significativa. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.