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28/May/2025

Frango: setor mantém as projeções de exportação

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), as exportações brasileiras de carne de frango ficaram praticamente estáveis após a confirmação de um caso de Influenza Aviária em plantel comercial no Rio Grande do Sul. O impacto é limitado até o momento e as exportações seguem ativas. A entidade não planeja rever as projeções para este ano. A ABPA mantém as projeções de recorde tanto na produção quanto nas exportações de carne de frango em 2025. Mesmo com a ocorrência da doença, os dados continuam fortes. No ano passado, o Rio Grande do Sul teve queda de 6% na exportação, mas o Brasil como um todo cresceu 3%.

Apesar da reação de alguns países, o impacto nas vendas externas não será relevante. Nas duas primeiras semanas do mês, a média era de 20.200 toneladas exportadas por dia. Na terceira semana, caiu para 19 mil toneladas/dia. Na primeira semana após a notificação oficial do caso, a retração foi ainda mais modesta: 1,74% de queda na exportação, sustentada por outros 128 mercados. Vinte e três mercados suspenderam temporariamente a compra da carne de frango brasileira, incluindo China, África do Sul, México, Filipinas e Coreia do Sul, que são importantes compradores da proteína de frango brasileira. Mas, são 128 mercados abertos.

O episódio no ano passado, de Newcastle, é uma referência. Na ocasião, a exportação até subiu no mês do anúncio, porque houve uma corrida para estocar. Depois caiu 18% no volume e 11% na receita. Mas, em setembro o País bateu recorde de exportação, com 485 mil toneladas. Foram citados avanços recentes na reabilitação de mercados. Neste fim de semana, houve o retorno da Namíbia. Na sexta-feira (23/05), foi a vez da Rússia e da União Econômica EurAsiática, além da sinalização positiva da Coreia do Sul. O Brasil resistiu por dois anos como país livre de gripe aviária, e o registro do foco no Rio Grande do Sul foi uma "fatalidade que pode acontecer".

O País já está cumprindo o protocolo para retomar o status sanitário. O Brasil já está contando o prazo para se declarar livre de gripe aviária. O Brasil pode deixar de exportar entre 50 mil e 100 mil toneladas de carne de frango em razão das suspensões temporárias de mercados internacionais após a detecção de casos de Influenza Aviária em granja comercial. Alguns itens, como pés, miúdos e CMS (carne mecanicamente separada), podem ser redirecionados ao mercado interno para a produção de farinha e pet food, o que reduz o impacto direto sobre as exportações. Além disso, a comunicação ágil das autoridades brasileiras junto aos países importadores deve acelerar o processo de reabilitação comercial.

Todos os países do mundo já receberam as informações de que o Brasil hoje é livre de Influenza Aviária na sua produção comercial. A expectativa é de que, como aconteceu no ano passado, em 20 e poucos dias, talvez um pouco mais, a grande maioria dos mercados já tenha retornado. A suspensão atual segue o protocolo do vazio sanitário de 28 dias. A autodeclaração brasileira sobre o status sanitário é um dos pontos de partida para a retomada das compras por parte de países que interromperam temporariamente as importações. A despeito do impacto nas exportações, a ABPA não espera efeitos relevantes sobre o preço da carne de frango no mercado interno. Pode haver variações, mas nada que vá desabar o preço. Até poderia subir, porque ficou mais caro no exterior.

Não há hoje concorrência para a carne de frango do Brasil no mercado global, mesmo após a ocorrência de um caso de gripe aviária em uma granja comercial do Rio Grande do Sul. Outros países também estão reduzindo suas exportações em função de problemas internos. Os Estados Unidos já estão diminuindo suas exportações, a Europa diminuiu as suas exportações e a Tailândia, que é o quarto maior exportador do mundo, já tem uma exportação de 1 milhão de toneladas comprometida (em função da gripe aviária nesses países). Foi destacada a complexidade do processo produtivo para suprir a demanda global.

É preciso preparação. São pelo menos oito meses da matriz até a incubação, eclosão, 45 dias de produção até chegar ao frigorífico, embarcar o navio e levar para o outro lado do mundo com mais 45 dias. Não há nada em imediato hoje. É necessário que o Brasil eleve o nível das informações que está transmitindo ao mercado externo de forma "séria e transparente" e que o País passe a "regionalizar" suas exportações, prática que já acontece nos Estados Unidos e na Europa. O crescimento do mercado para a carne brasileira foi gradual. O ganho do mercado que o Brasil teve foi ao longo do tempo e a retomada dependerá de "um processo de preparação". Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.