23/May/2025
O Laticínio Scala, de Sacramento (MG), se estrutura para dobrar de tamanho até 2030, atingindo um processamento diário de 1,4 milhão de litros de leite e ampliando a presença no varejo e atacarejo. A empresa de queijos, que atingiu receita de R$ 1,4 bilhão no ano passado, prevê um crescimento de dois dígitos no ano. A meta para 2025 é ultrapassar R$ 1,5 bilhão de faturamento. O objetivo é crescer continuamente, tornar a marca reconhecida e consumida nacionalmente. A marca fundada há 61 anos sempre teve como foco a venda de produtos para o mercado de food service. Em 2024, a companhia passou a expandir a distribuição no varejo, com o objetivo de aumentar a fatia das vendas para o consumidor final de atuais 25% para 30% até o fim de 2027. Neste ano, o laticínio trabalha para expandir as vendas no atacarejo. A empresa já havia investido nos últimos três anos na instalação de um novo complexo industrial e na ampliação da capacidade de captação de leite próprio, de 8 mil para 15 mil litros de leite por dia, com um total de 1 mil vacas.
O restante do volume industrializado pela Scala é adquirido de 580 fazendas parceiras, localizadas no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, em Minas Gerais. No início do mês, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um financiamento via programa Fundo Clima de R$ 64,7 milhões ao laticínio para implantação da nova estação de tratamento de efluentes (ETE) em Sacramento. A estação, que terá capacidade para tratar 2,5 mil metros cúbicos de efluentes por dia, tem tecnologia que transforma gorduras e proteínas contidas nos efluentes em biometano. A nova estação vai substituir a atual, que tem capacidade para tratar 1.400 metros cúbicos de efluentes por dia, e deve suportar o crescimento projetado para a companhia até 2030. A expectativa é que a nova estação entre em operação em agosto. Técnicos da Scala foram às Ilhas Maurício para ver de perto a tecnologia em funcionamento.
O grande diferencial dessa tecnologia é a capacidade de tratar esse tipo de efluentes de origem animal, com alto teor de gordura. A tecnologia foi desenvolvida pela holandesa Paques. A estação terá capacidade para produzir até 14,4 mil metros cúbicos de biogás por dia, resultando em aproximadamente 10,8 mil metros cúbicos de biometano. A produção anual de biometano equivalerá a 2,6 milhões de litros de diesel, o suficiente para abastecer 2,5 vezes o consumo anual da frota da empresa. Isso significa, segundo a Scala, uma redução de emissões de 79 mil toneladas de carbono-equivalente por ano. O laticínio ainda avalia qual será a melhor destinação dada ao biometano que for produzido. Provavelmente deve ser vendido como biocombustível. O laticínio não deverá consumir o biometano em função dos custos para adaptar as caldeiras. Além disso, hoje a empresa usa lenha de eucalipto nas caldeiras, que já é uma energia limpa. A produção de energia verde com economia circular é um conceito inovador, que vem de encontro com ao propósito da empresa de ir além da produção de queijo. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.