20/May/2025
O governo brasileiro espera que importadores reduzam os embargos sobre produtos avícolas do País assim que houver a retomada do status de livre da doença. O status pode ser retomado em 28 dias caso não haja novos focos no plantel comercial do País. O prazo de 28 dias para conclusão do foco é contabilizado após a desinfecção do local. Isso não significa que todos mercados se abrirão imediatamente, pois é normal alguns fazerem questionamentos. À medida que o status sanitário voltar a livre de gripe aviária com segurança, certamente aqueles países que restringem o Brasil como um todo vão reduzir os embargos ao Rio Grande do Sul ou a Montenegro e, gradativamente, o fluxo comercial voltará à normalidade, afirmou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Segundo o ministro, não havendo novos casos da doença em granjas comerciais em 28 dias, o status de livre da doença pode ser retomado pelo País. O Brasil confirmou seu primeiro foco de gripe aviária no plantel comercial na sexta-feira (16/05), em um matrizeiro de aves em Montenegro (RS).
Casos em plantel comercial afetam o status do País quanto à doença e o fluxo comercial. Até o momento, as exportações de frango e derivados de todo o território brasileiro estão suspensas para dez destinos. Estão suspensas temporariamente a exportação de produtos avícolas brasileiros para China, União Europeia, Canadá, África do Sul, Chile, Argentina, Uruguai, México, Malásia e Coreia do Sul, conforme levantamento do Ministério da Agricultura. A lista inclui os países que suspenderam as importações de produtos avícolas do Brasil e para os quais o Brasil interrompeu a certificação das exportações como prevê o acordo sanitário estabelecido com cada país. O governo brasileiro já está negociando com países importadores de produtos avícolas a flexibilização das suspensões das compras de carne de frango e derivados do Brasil. As negociações já estão em andamento a fim de minimizar os impactos do primeiro foco de gripe aviária em plantel comercial no País sobre a balança comercial do agronegócio brasileiro.
As suspensões são vistas pelo governo como temporárias e cautelares, sendo previstas nos protocolos sanitários acordados entre o Brasil e os países parceiros. A expectativa do governo é que as suspensões possam ser reduzidas e revertidas em embargos regionais, ou seja, restritos ao raio de 10 quilômetros de onde o caso foi detectado, ao município de Montenegro ou ao Estado. O prazo para a flexibilização das suspensões pelos países parceiros vai depender, contudo, da decisão de cada país e do andamento da contenção do foco de gripe aviária. O Ministério da Agricultura estima que o Brasil pode deixar de exportar de US$ 100 milhões a US$ 200 milhões em frango e derivados por mês em virtude da suspensão das exportações parcial ou total para alguns destinos. Carlos Fávaro afirmou que o Brasil pode retomar o status de livre de gripe aviária se não houver novos casos da doença em 28 dias. O prazo é contabilizado para encerramento do foco pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). É importante fazer todo o bloqueio e rastreamento de tudo que saiu da granja onde o foco foi detectado porque, com a inutilização da produção, diminui muito o risco de novos casos.
Se não houver nenhum novo caso em 28 dias, o Brasil pode dizer aos compradores e ao mercado que o País volta ao status de livre de gripe aviária. O ministro também esclareceu que a investigação de suspeitas da doença é corriqueira pelo sistema de defesa agropecuária brasileiro. É o rigor do sistema de ser eficiente e transparente. Com o decreto de emergência zoossanitária, o sistema está mais alerta. Todos os fiscais estão alertas para qualquer tipo de suspeita. Ao primeiro sintoma de um animal doente, o alerta é colocado no sistema. Essa é a maior prova que o sistema está controlando os alertas com transparência. É por isso que o sistema brasileiro é tido como o melhor do mundo e logo será possível voltar à normalidade. Duas suspeitas da doença são investigadas em plantel comercial no País com coleta de amostra e sem resultado laboratorial conclusivo, conforme dados da plataforma de Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves, do Ministério da Agricultura. Uma suspeita de gripe aviária (Influenza Aviária de Alta Patogenicidade, H5N1) em granja comercial em Ipumirim, no oeste de Santa Catarina, é investigada pelo Serviço Veterinário Oficial.
Outra investigação em curso é sobre uma suspeita em um abatedouro de aves em Aguiarnópolis, no norte de Tocantins. Até o momento, há um caso confirmado de gripe aviária em granja comercial no País, em Montenegro, conforme dados da plataforma de Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves, do Ministério da Agricultura. No total, há 164 casos da doença em animais silvestres no País (sendo 160 em aves silvestres e 4 em leões-marinhos), 3 focos em produção de subsistência, de criação doméstica, e 1 em produção comercial, somando 168 ao todo no País. A Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (vírus H5N1) é uma doença de notificação obrigatória imediata aos órgãos oficiais de defesa sanitária animal do País. Produtores rurais, técnicos, proprietários, prestadores de serviço, pesquisadores e demais envolvidos com a criação de animais devem notificar imediatamente os casos suspeitos da doença ao Serviço Veterinário Oficial (SVO). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.