14/May/2025
Segundo dados divulgados pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a intenção de confinamento de bovinos em Mato Grosso recuou 7,65% no primeiro levantamento de 2025, na comparação com abril de 2024. A expectativa dos 115 confinadores entrevistados é de terminar o ano com 669,44 mil cabeças confinadas no Estado. O principal fator de pressão vem do custo: a diária por cabeça subiu para R$ 12,42, puxada pela valorização do milho, com alta de 44,24% na comparação com o levantamento anterior. Apesar da alta no preço do boi gordo, a relação de troca com o principal insumo energético se reduziu. A escassez do cereal é resultado da maior demanda e da queda na produção da safra de 2023/2024.
Na comparação com o consolidado de outubro de 2024, a redução na intenção de confinamento é ainda mais acentuada: 24,99%. A maior parte da queda vem dos confinamentos de médio porte, entre 1.001 e 3.000 cabeças, que se retraíram 13,61% em relação ao ano anterior. Já os pequenos (até 1.000 cabeças) e os grandes (acima de 5.001) indicaram aumento de 30,21% e 1,41%, respectivamente, na intenção de confinamento. Os estabelecimentos com capacidade entre 3.001 e 5.000 cabeças tiveram o maior aumento percentual, de 29,94%. O levantamento também mostrou que 69,57% dos confinadores já decidiram realizar confinamento neste ano. Outros 23,48% afirmaram que não vão confinar, e 6,96% ainda não tomaram uma decisão. Ainda assim, nenhum entrevistado havia fechado contratos a termo até abril, e a proteção via bolsa caiu de 22,75% para apenas 4,55%.
A principal inquietação dos confinadores é o preço da reposição, seguido pelos custos com insumos. A transição do ciclo pecuário vem resultando em menor oferta de bovinos para reposição, o que já se reflete em preços mais altos. Além disso, o mercado do boi gordo tem enfrentado resistência para superar a barreira dos R$ 325,00 por arroba, apesar da expectativa de alta. Apesar da retração inicial, a expectativa é de que os preços do boi gordo se recuperem ao longo do segundo semestre, incentivando novos giros de confinamento. A virada no ciclo pecuário traz uma certa segurança para os confinadores para o segundo semestre, mesmo diante da baixa nos preços observada nas últimas semanas de abril. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.