14/May/2025
A indústria de proteína animal espera que a missão presidencial do Brasil à China resulte em novas habilitações de frigoríficos brasileiros de carne de aves e carne suína aptos a exportar essas proteínas animais para o mercado chinês. Há cerca de 15 unidades fabris brasileiras de aves e suínos aguardando o aval da Administração Geral das Alfândegas da China (GACC) para alistamento das plantas, conforme a última lista de fábricas aptas enviadas pelo Ministério da Agricultura à autoridade sanitária chinesa. A China sinalizou mais de uma vez que este é o ano do frango e do suíno, que pretende aumentar as compras dessas proteínas e diversificar o fornecimento.
Havia o indicativo também da China de frear o consumo externo de carne bovina. Nos bastidores do governo, a expectativa é um pouco mais moderada. Interlocutores acreditam ser pouco provável que haja novas habilitações neste momento, mas não descartam a possibilidade por completo. Pode haver um gesto político da China em decorrência da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas o gesto também pode ficar para a visita do presidente Xi Jinping ao Brasil em julho. É uma decisão estratégica da China. Por outro lado, há um sentimento no setor de que as habilitações possam ser aceleradas em meio à guerra tarifária com os Estados Unidos e à suspensão pela China da habilitação automática de 395 plantas norte-americanas.
Em relação à carne bovina, tanto os exportadores quanto o governo avaliam que não deverá haver novas habilitações de indústrias até o encerramento da investigação chinesa sobre as importações da proteína. A expectativa é que a investigação se estenda até setembro. Recentemente, a Gacc rejeitou uma lista enviada pelo Ministério da Agricultura para habilitação de 28 unidades de carne bovina. As plantas foram indeferidas e o Brasil poderá revisar e corrigir os pontos solicitados pela Gacc para solicitar novamente a autorização deste grupo de frigoríficos. Cada fábrica deve ajustar as informações diretamente no sistema entre os países.
Há expectativa também que a China possa levantar o embargo imposto atualmente sobre oito frigoríficos do Rio Grande do Sul, que têm o embarque suspenso ao país desde a ocorrência de um caso de da Doença de Newcastle no Estado no ano passado. Há expectativa de levantamento em breve, não necessariamente agora. A China é o principal destino das carnes brasileiras. Atualmente, 132 frigoríficos brasileiros são aptos a exportar carnes para a China, segundo dados públicos da Administração Geral das Alfândegas da China (Gacc), responsável pelas liberações. Outros 12 estão embargados. O Brasil exportou 2,126 milhões de toneladas de carnes para a China no ano passado, com geração de receita de US$ 7,803 bilhões. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.