14/May/2025
A Global Eggs acaba de concluir a maior aquisição de sua história: a compra da norte-americana Hillandale Farms, por US$ 1,1 bilhão, valor confirmado pelo fundador da companhia, Ricardo Faria, nesta terça-feira (13/05). Com a operação nos Estados Unidos, a empresa do setor de ovos de galinha projeta encerrar 2025 com receita de US$ 2,5 bilhões. Além disso, a Global Eggs consolida sua atuação em três continentes, com o espanhol Hevo Group e a Granja Faria, no Brasil. A operação dos Estados Unidos agora é maior do que a da Europa e do Brasil somadas. A diversificação geográfica fortalece a companhia ao permitir capturar diferentes eficiências. O Brasil ensinou a empresa a ter disciplina de capex num ambiente de juros altos. Na Europa, a empresa aprendeu a criar galinhas soltas, por exigência do consumidor. E, nos Estados Unidos, encontra um modelo logístico exemplar. As sinergias estão refletidas no desempenho financeiro. A combinação das três operações gerou Ebitda de US$ 350 milhões no primeiro trimestre. Hoje a Global Eggs é, possivelmente, a primeira empresa global de ovos.
A Hillandale Farms possui um plantel de 20 milhões de aves e uma produção mensal de cerca de 38 milhões de dúzias de ovos. A cadeia de produção e distribuição da Hillandale Farms é altamente sofisticada, com quatro centros de distribuição e um sistema logístico que inclui rastreabilidade detalhada da produção. Esta aquisição é um passo decisivo em estratégia global. A Hillandale traz não apenas escala e expertise, mas uma cultura de excelência que se alinha perfeitamente aos valores da Global Eggs. A Global Eggs anunciou duas novas aquisições estratégicas: a Ovos Tamago, em Pernambuco, e a Granja Legaria, na Espanha. As operações fazem parte do plano de expansão da companhia, que busca ampliar a capacidade produtiva e reforçar sua presença em regiões onde ainda tinha atuação limitada, especialmente na Região Nordeste do País. A Tamago, adquirida via Granja Faria, tem um plantel de cerca de 400 mil aves. A empresa já iniciou um plano de investimentos que deve elevar esse número para 1,05 milhão até 2026.
A ideia é aumentar a produção para tornar a empresa mais relevante e com uma estrutura mais robusta. A aquisição da Granja Legaria, via Hevo Group. amplia a presença da companhia no mercado europeu. Com aproximadamente 350 mil aves, a empresa espanhola tem décadas de atuação no setor. É uma empresa tradicional, com pelo menos 50 anos de história. Os valores das transações não foram revelados, uma vez que ficaram abaixo do limite que exige divulgação via fato relevante. As aquisições reforçam o posicionamento estratégico da Global Eggs, especialmente no Nordeste brasileiro, onde a companhia, via Granja Faria, enfrentava dificuldades para entrar por causa da dinâmica local do setor. Havia uma espécie de proteção de mercado, com receio da concorrência. O processo de abertura de capital da Global Eggs não vai avançar em 2025. Apesar de a companhia ter dado os primeiros passos em direção a um IPO nos Estados Unidos, o tema foi oficialmente retirado da agenda. "IPO hoje é um não assunto", confirmou o fundador da empresa, Ricardo Faria, nesta terça-feira (13/05).
O objetivo do grupo neste ano foi a aquisição da Hillandale Farms, nos Estados Unidos. A operação permitiu antecipar o plano de crescimento do grupo. Com essa aquisição, o crescimento projetado para alcançar até 2028, chegar a 13 bilhões de ovos por ano, será atingido já em 2025. O plano de negócios foi antecipado em pelo menos três anos. Apesar de a empresa já ter realizado a apresentação de documentos para viabilizar uma futura abertura de capital nos Estados Unidos, não há pressa para seguir com o processo. A ideia do IPO sempre foi crescer. Hoje, a empresa tem plataformas de crescimento nos Estados Unidos, na Europa e no Brasil que não precisam de IPO. Outro fator que inviabiliza a oferta no curto prazo é a necessidade de adaptação contábil da nova empresa adquirida. É preciso reestruturar toda a parte contábil da Hillandale, que era uma empresa familiar, não auditada por uma Big Four (Deloitte, PwC, EY e KPMG). Apesar da indefinição, não está descartada a possibilidade de retomada do tema em outro momento. Se houver uma futura listagem, ela deve ocorrer nos Estados Unidos, com estrutura via Luxemburgo ou Holanda. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.