09/May/2025
A Minerva Foods está otimista com as perspectivas de aumento de preços em dois dos seus principais mercados: Estados Unidos e China. Em relação ao país asiático, a conjuntura é favorável por fatores da pecuária local e da macroeconomia. O ciclo de gado na China teve uma redução de oferta interna, uma demanda estável, até crescendo na margem este ano. O movimento foi intensificado pela perspectiva de que a China deve reduzir ou até zerar as importações de carne bovina dos Estados Unidos, o que cria oportunidades para exportadores da América do Sul. A China estava muito desestocada, o que proporcionou uma demanda muito forte. Nos Estados Unidos, a companhia adotou neste ano uma postura mais arrojada em comparação com o ano passado, a partir da leitura de um cenário de aumento de preço por falta de oferta mundial. A Minerva também aproveitou o primeiro trimestre para movimentar estoques aos Estados Unidos e se posicionar diante das tarifas.
A combinação entre a baixa de estoques, a recuperação de demanda e o cenário geopolítico, com a tensão comercial entre China e Estados Unidos, formou um ambiente muito urgente e muito construtivo de demanda, o que acabou se refletindo em preço. A perspectiva é de mais aumentos para vir nos dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). A Europa também foi citada como um mercado em aquecimento. O continente está “realmente bem demandado, o que reforça a visão positiva da companhia para os próximos trimestres. O Citi avaliou que as exportações brasileiras de carne bovina em abril reforçam o apetite global pela proteína bovina do País, especialmente após o anúncio de tarifas sobre produtos importados pelos Estados Unidos. No entanto, o banco alerta para uma possível pressão sobre as margens do setor. As exportações brasileiras de carne bovina cresceram 16,3% em abril de 2025 na comparação anual, atingindo 241,5 mil toneladas, o segundo maior volume mensal já registrado. O preço médio da carne bovina exportada subiu 11% em relação ao mesmo mês de 2024, alcançando US$ 5.030,00 por tonelada.
Ainda assim, o aumento de 4% no custo do boi gordo no mercado interno fez com que os spreads (diferença entre preço de venda e custo) da carne bovina ficassem estáveis em relação a março, indicando sinais iniciais de compressão de margem. Apesar disso, há otimismo quanto ao desempenho do setor ao longo de 2025. A expectativa é de que a oferta de bovinos se mantenha saudável, o que deve garantir estabilidade no ritmo de abates, mesmo com uma possível acomodação nas margens. Entre as empresas do setor, o Citi mantém recomendação de compra para JBS, BRF e Minerva, com destaque para a JBS como principal escolha (“top pick”). A empresa se beneficia do crescimento estrutural da marca Seara no Brasil e da melhora nas margens da operação de carne bovina nos Estados Unidos. O Citi também vê como positivo um potencial processo de listagem das ações da JBS no mercado norte-americano. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.