03/Out/2019

O boi gordo continua avançando no mercado físico. Há alta nas referências em diversas regiões, impulsionadas por três fatores: a virada do mês, que aumenta o consumo interno; a demanda do exterior e a baixa oferta de bovinos. As exportações de setembro caíram, mas o recuo não significa necessariamente que a situação é negativa. O recuo nas exportações de carne bovina mês a mês se deve à diferença no número de dias úteis em agosto e setembro, embora os embarques totais em setembro tenham sido menores do que os de agosto, a média diária foi maior. Na comparação anual, o recuo pode ser consequência da menor disponibilidade de bovinos para abate.

Tanto que houve maior pressão altista para a arroba internamente, reflexo da oferta limitada. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 160,00 por arroba à vista e entre R$ 162,00 e R$ 163,00 por arroba a prazo. Apesar das variações de preços ocorrerem de maneira compassada, estas têm sido positivas. A perspectiva de melhora no cenário internacional colabora para impulsionar a arroba, em especial a perspectiva de exportações para a China, que sofre com peste suína africana (PSA). Hoje, o gigante asiático responde por 15% do consumo global de carne bovina. A peste suína africana na Ásia, principalmente na China, só agora começa a gerar uma demanda global de proteína animal. Essa demanda pode beneficiar os produtores brasileiros.