15/Apr/2025

O setor de saúde animal busca se posicionar como um aliado estratégico para uma pecuária de baixo carbono às vésperas da realização da COP30 em Belém (PA). A HealthforAnimals destacou que o País tem a oportunidade de mostrar ao mundo como a tecnologia aplicada à sanidade dos rebanhos pode ajudar a mitigar emissões e aumentar a produtividade. A HealthforAnimals representa desenvolvedores e fabricantes de produtos de saúde animal, incluindo vacinas, diagnósticos, parasiticidas, antibióticos, tecnologias digitais e outras ferramentas que promovem a saúde e o bem-estar dos animais. A proteína animal pode ser parte da solução para a agenda climática, desde que sejam democratizadas tecnologias e práticas que promovam a eficiência produtiva e a sustentabilidade.

O lema “fazer mais com menos” resume o caminho que deve ser trilhado pela pecuária mundial para atender à demanda global por alimentos com menor impacto ambiental. Estudos da FAO, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, indicam que a aplicação de ferramentas de saúde animal pode reduzir as emissões de gases de efeito estufa em até 35% até 2050. Vacinas, medicamentos, aditivos alimentares e boas práticas de manejo estão entre as soluções já disponíveis para produtores. No entanto, transformar esse potencial em realidade depende de vencer uma série de obstáculos. Um dos principais é a baixa taxa de adoção de tecnologias, inclusive em mercados avançados.

Mesmo em países desenvolvidos, as taxas de vacinação podem ser inferiores a 50%, e o uso de outras ferramentas é ainda mais limitado. Outro desafio é o financiamento. Embora o agronegócio esteja no centro da discussão sobre mudanças climáticas, ele segue à margem do fluxo global de recursos destinados à transição verde. A agricultura recebe apenas 4,3% do financiamento climático global, e a pecuária, uma fração disso. A saúde animal precisa de mais investimentos para se tornar uma ferramenta climática eficaz.

A falta de acesso também prejudica especialmente os pequenos e médios produtores, que compõem a base da cadeia produtiva no Brasil. Os grandes produtores já são altamente tecnificados, mas os menores ainda enfrentam dificuldades para acessar informação, ferramentas e práticas sustentáveis. A COP30 será uma vitrine para evidenciar os avanços já alcançados na pecuária brasileira e abrir espaço para que a saúde animal seja reconhecida como parte integrante da solução. Animais mais saudáveis beneficiam produtores, consumidores e o meio ambiente. A saúde animal pode ser um ponto de convergência entre diferentes atores do setor. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.