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10/Apr/2025

Boi: ciclo da pecuária virou e pico deve ser em 2026

Segundo a Scot Consultoria, o ciclo pecuário está mudando, e a virada já começou. A projeção de pico do atual movimento de alta é 2026, com uma nova inversão prevista entre 2028 e 2029. O período atual é de início dessa mudança. Para os próximos meses, a expectativa é de queda na participação de fêmeas no abate, o que deve reduzir a oferta e sustentar a fase de alta. O pico do ciclo é esperado para 2026, com uma nova inversão no horizonte de 2028 a 2029. Foi feito um alerta aos pecuaristas: o ciclo não dura para sempre. Na fase de alta, ‘a arroba vira dinheiro’; na baixa, ‘o dinheiro vira arroba’. É hora de estratégia para aproveitar o momento. O ciclo pecuário é um movimento natural da cadeia de produção de bovinos, com fases influenciadas por fatores como retenção de fêmeas para reprodução, custo de produção e demanda por carne.

Quando os preços estão em baixa, há maior abate de fêmeas, o que pressiona a oferta e, posteriormente, leva à valorização da arroba. Na sequência, os produtores retêm matrizes, a oferta diminui e os preços sobem, dando início à fase de alta, a atual. Em São Paulo, o preço do boi gordo saltou de cerca de R$ 240,00 por arroba no início de 2024 para a casa dos R$ 320,00 por arroba no começo de 2025, mesmo diante de um cenário de oferta abundante. Em 2024, o País registrou abate recorde de 39 milhões de cabeças, com 44% de fêmeas, uma das maiores participações da história. A alta do boi gordo veio pela demanda, especialmente no segundo semestre de 2024.

A queda na ociosidade frigorífica em março de 2025 reforça essa leitura: houve maior necessidade de captação por parte da indústria, o que impulsionou os preços. A exportação continua como ponto de sustentação. O Brasil bateu recordes em 2024 e o primeiro trimestre de 2025 manteve o ritmo. Hoje, 35% da produção brasileira é exportada. O consumo interno também mostrou força, com alta de preços no atacado e varejo, mesmo diante de uma inflação persistente. Apesar da recuperação dos preços, os custos de produção são um desafio. A relação de troca entre boi gordo e milho chegou a 3,4 sacas de 60 Kg por arroba em março, nível considerado desfavorável ao confinamento. Além disso, a reposição ficou mais cara: hoje, é necessário vender mais arrobas para recompor o rebanho. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.