04/Apr/2025
O sebo bovino está em alta entre consumidores norte-americanos, mas sua adoção em escala não deve ocorrer tão cedo. A gordura de origem animal tornou-se um dos ingredientes favoritos entre redes de restaurantes e consumidores que buscam abandonar os óleos vegetais. Algumas marcas estão promovendo essa mudança, citando sua crescente popularidade e a preferência de alguns consumidores pelo sabor dos alimentos preparados com o ingrediente. Porém, representantes do setor agrícola alertam que uma substituição em massa dos óleos vegetais não é viável.
A mudança não tem respaldo científico e produtos derivados de soja e canola são, na verdade, saudáveis. Os Estados Unidos produziram cerca de 6,8 milhões de toneladas de óleo de soja refinado e comestível no ano passado, em comparação com cerca de 450 mil toneladas de sebo comestível, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Segundo a Associação Americana da Soja, se está for a escolha, é preciso estar ciente que não há o suficiente para substituir todos os óleos vegetais. O secretário de Saúde e Serviços Humanos, Robert F. Kennedy Jr., e outros apoiadores de sua agenda "Make America Healthy Again" (Torne a América Saudável Novamente) adotaram o sebo e condenam o uso de óleos vegetais, que acreditam ser prejudiciais aos norte-americanos.
O sebo é produzido a partir das aparas de gordura das carcaças bovinas. Esse material passa por um processo de aquecimento a baixa temperatura para separar o líquido do material sólido. O líquido é enviado a um processador de sebo, que o refina e vende para os consumidores. Como nem todo sebo é comestível e a produção de carne bovina está se desacelerando devido à redução dos rebanhos, alguns representantes da indústria de carne duvidam que redes de restaurantes possam substituir completamente os óleos vegetais. Ainda assim, o setor está animado com o aumento da demanda.
A fornecedora de sebo South Chicago Packing afirmou estar empolgada. A empresa recentemente expandiu uma de suas fábricas de processamento de sebo e está vendendo seus novos produtos de sebo em spray em supermercados. A gigante agrícola Cargill afirmou que os substitutos dos óleos vegetais são limitados. Nenhuma alternativa, exceto o óleo de palma, tem a escala necessária para atender à demanda global dos consumidores. Essa mudança é algo mais impulsionado pelas redes sociais do que pela ciência. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.