03/Apr/2025
O bezerro e o boi magro estão valorizados em relação ao boi gordo. A diferença atual de preços é a maior para o mês de março desde 2022. Representantes de leiloeiras têm relatado oferta bem abaixo do que consideram normal. A demanda não está aquecida, mas tem sido suficiente para motivar pequenos aumentos da reposição e sinalizar reversão de ciclo de preços dessas categorias. Em São Paulo, o ágio do bezerro sobre o boi gordo (ambos em arroba) está por volta de 44%, ante os 37% de marços/2024. Para o boi magro, o ágio é de 10%, acima dos 7,4% de um ano atrás. Ainda que o patamar de preços do boi gordo influencie os bovinos de reposição, a precificação do bezerro e do boi magro é impactada principalmente pela oferta regional e pela perspectiva que se têm para a arroba em curto e médio prazos. Tanto o bezerro quanto o boi magro tiveram forte ajuste em outubro, novembro e dezembro do ano passado, puxados pela disparada dos abates. Desde então, seguem em discreta elevação.
As cotações atuais dessas categorias são as maiores, em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI de fevereiro/2025), desde meados de 2022. Na região de Presidente Prudente (SP), por exemplo, o bezerro em março valeu 31,6% a mais que no mesmo período do ano passado, o boi magro, 28,5% e o boi gordo, 25,4%. Comparando-se as médias de março com as de janeiro, na região de Presidente Prudente, o bezerro apresenta alta de 2,9% neste ano; no mesmo intervalo de 2021, o salto foi de 11,3%. Já em 2022, 2023 e 2024, houve quedas, de 3,4%, 5,7% e 0,8% respectivamente. O bezerro está cotado por volta de R$ 2.710/cabeça, no interior de São Paulo. Para o boi magro, a média de março foi de R$ 4.130,00 por cabeça em Presidente Prudente, 3,4% maior que a de janeiro; no mesmo período de 2021, a evolução foi de 11,6%. A exemplo do preço do bezerro, o boi magro também recuou de janeiro para março nos anos de 2022, 2023 e 2024 (1,54%, 8,76% e 4,13%, nesta ordem).
Na contramão dos preços da reposição, o boi gordo se desvaloriza no comparativo de março com janeiro, 4,1%, cotado à média a R$ 313,00 por arroba na região de Presidente Prudente. No ano passado, a baixa foi semelhante, de 4,4%; em 2023, houve pequena variação positiva de 0,64%; em 2022, queda de 0,83% e, em 2021, o boi havia se valorizado 1,9% em igual período. O cenário atual pode dificultar a decisão do pecuarista em investir na terminação intensiva, já que a reposição representa entre 60% e 70% do custo de produção de confinamentos. Mas, o mercado futuro do boi gordo sinalizou valorizações nas últimas semanas, tendo como influência a expectativa de uma oferta menor de bovinos para o primeiro giro de confinamento a partir de junho. Na B3, os preços futuros de boi gordo estão em R$ 329,30 por arroba para o contrato Julho e a R$ 337,55 por arroba para o contrato Setembro. Além disso, a demanda externa tem estado aquecida e pode estimular novos aumentos tanto da arroba do boi gordo quanto da reposição. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.