31/Mar/2025
Segundo o Bank of America, a entrada do Brasil no mercado japonês de carne bovina pode trazer ganhos expressivos para o setor nacional, já que os preços pagos pelo Japão são 54% superiores à média atual das exportações brasileiras, de US$ 4,60 por Kg. Enquanto a carne brasileira é exportada a esse valor, os preços japoneses atingem US$ 8,10 por Kg para cortes frescos/refrigerados e US$ 6,00 por Kg para congelados, o que pode significar um aumento significativo na rentabilidade dos frigoríficos brasileiros. Cada 1% de participação conquistado no mercado japonês pode aumentar em 0,3% o valor da balança comercial brasileira, considerando o preço médio de US$ 7,00 por Kg pago pelo Japão. Isso seria positivo tanto em volume quanto em margens para os frigoríficos locais. O Japão ocupa a terceira posição entre os maiores importadores globais de carne bovina, com 6,5% do comércio mundial.
O país importa principalmente da Austrália (48%) e dos Estados Unidos (35%), priorizando cortes desossados. Com um consumo per capita de 6,9 Kg por ano, bem abaixo dos 35 Kg por ano dos Estados Unidos, o Japão depende fortemente de importações para atender à demanda interna. Caso o Brasil consiga acessar esse mercado, poderá ampliar sua participação global, sendo atualmente o segundo maior produtor mundial e líder em exportações de carne bovina, com 28% do mercado. Apesar da oportunidade, a cadeia produtiva enfrenta desafios internos, como o alto custo do gado. Os preços do boi gordo continuam elevados, na faixa de R$ 310,00 por arroba, apesar da queda de 11% desde dezembro. No quarto trimestre de 2024, houve uma redução de 8% no abate de bovinos e uma queda de 9% no peso das carcaças, refletindo uma oferta mais restrita. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.