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26/Mar/2025

Boi: febre aftosa na Europa Central é preocupante

A Eslováquia declarou estado de emergência na terça-feira, com o objetivo de facilitar a implementação de medidas urgentes para conter a disseminação da febre aftosa após a detecção de infecções na região sul do país, conforme comunicado oficial do governo. A decisão foi motivada pela confirmação de casos da doença em três fazendas na semana passada. As infecções representam um marco preocupante, sendo as primeiras registradas no país em meio século, e ocorrem logo após a vizinha Hungria relatar casos semelhantes no início de março. Embora a febre aftosa não represente um risco direto para a saúde humana, ela causa febre e bolhas na boca de ruminantes como bovinos, suínos, ovinos e caprinos. Surtos da doença geralmente resultam em restrições comerciais significativas, com o objetivo de evitar a propagação do vírus para outros países e regiões. Após um caso inicial de Febre Aftosa (FA) em gado na Alemanha em janeiro, o vírus ressurgiu em outros dois países europeus: Hungria e Eslováquia.

Em ambos os casos, a doença, que também afeta suínos, foi detectada em rebanhos bovinos, e há suspeitas de que os surtos estejam interligados. Tanto a Hungria quanto a Eslováquia estavam livres da doença há 50 anos. O vírus foi encontrado em três fazendas de gado na cidade de Dunajská Streda. Os surtos foram confirmados em 20 de março. As fazendas abrigavam 2.761 animais, dos quais 12 estavam infectados. Todos serão sacrificados. O Ministério da Agricultura da Eslováquia classificou o incidente como um problema sério e grande. O Reino Unido e a República Tcheca impuseram restrições às importações de animais e produtos da Eslováquia. As fazendas infectadas estão localizadas a cerca de 30 Km da capital Bratislava e a 10 Km da fronteira com a Hungria. Na Hungria, o vírus foi detectado em uma fazenda de gado perto da fronteira com a Eslováquia, na vila de Kisbajcs. O surto ocorreu duas semanas antes dos casos na Eslováquia. A fazenda abrigava 1.372 bovinos, dos quais 1.064 estavam infectados. A proximidade geográfica entre os surtos na Hungria e na Eslováquia sugere uma possível ligação.

Em janeiro, a febre aftosa foi detectada em um pequeno rebanho de búfalos aquáticos perto de Berlim, na Alemanha. O caso foi isolado e a Alemanha foi declarada novamente “livre de febre aftosa sem vacinação” em meados de março. Apesar de não envolver suínos, o surto afetou os preços e o comércio da indústria suína alemã. Os recentes surtos de febre aftosa na Europa Central levantam preocupações sobre a propagação do vírus e suas consequências econômicas, exigindo medidas rigorosas de controle e vigilância por parte das autoridades competentes. A Grã-Bretanha anunciou o fim da proibição de importação de gado e produtos animais alemães, imposta após a detecção da febre aftosa na Alemanha em janeiro deste ano. A medida permitirá a retomada das exportações de gado e produtos animais para a Grã-Bretanha e Irlanda do Norte já nesta semana. Essa decisão ocorre após a Alemanha declarar, em 12 de março, a recuperação do status de país livre de febre aftosa na maior parte de seu território, o que abriu caminho para a remoção das restrições de exportação de carne e laticínios.

O primeiro surto de febre aftosa na Alemanha em quase 40 anos foi registrado em 10 de janeiro. O surto se manteve isolado, sem novos casos relatados desde então, embora a fonte da infecção ainda seja desconhecida. Muitas restrições domésticas já haviam sido suspensas. Medidas para conter a doença altamente infecciosa, que não representa perigo para humanos, frequentemente envolvem proibições de importações de carne e laticínios de países afetados. Grã-Bretanha, Coreia do Sul e México foram alguns dos países que impuseram proibições à Alemanha. A proibição britânica causou prejuízos à indústria de carne alemã, enquanto algumas restrições chinesas foram encerradas no início de março. A União Europeia permitiu que as exportações de carne e laticínios alemães de regiões fora da área do surto continuassem. A febre aftosa causa bolhas na boca de ruminantes de casco fendido, como bovinos, suínos, ovinos e caprinos, e nas últimas décadas exigiu grandes campanhas de abate para erradicá-la. Fontes: Reuters e Pig Progress. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.