26/Mar/2025
A pecuária leiteira no Brasil está passando por uma transformação significativa, impulsionada pela necessidade de aumentar a produtividade e a competitividade frente a outras atividades agrícolas. Historicamente considerada de baixa eficiência, a produção de leite tem sido desafiada pela concorrência com produtos lácteos importados e pela disputa por terras férteis destinadas à agricultura. Para enfrentar esses desafios, alguns produtores adotaram tecnologias avançadas e sistemas de produção mais eficientes, resultando em aumentos substanciais na produtividade. Há registros de produtores alcançando até 30 mil litros de leite por hectare ao ano, gerando receitas entre R$ 90 mil e R$ 100 mil por hectare, valores que superam em até dez vezes a receita obtida com a soja.
Um levantamento realizado pela MilkPoint, abrangendo laticínios responsáveis por 34% do leite inspecionado no país, revelou que 42% do leite adquirido em 2024 foi produzido em sistemas de confinamento, um aumento significativo em relação aos 16% registrados em 2019. Essa mudança para sistemas mais intensivos exige investimentos em genética, tecnologia e alimentação adequada, como o uso de milho na dieta dos animais. O confinamento se torna economicamente viável quando a produção atinge cerca de 30 litros de leite por vaca diariamente.
Nesse nível de produtividade, a atividade pode oferecer retornos financeiros atraentes, incentivando mais produtores a adotarem práticas semelhantes. Embora esses avanços ainda estejam concentrados em um grupo seleto de produtores, eles demonstram o potencial do Brasil para se tornar uma potência também na produção de leite. Os produtores que investem em tecnologia e eficiência estão alcançando níveis de produtividade comparáveis aos dos principais países produtores mundiais, sinalizando uma transformação promissora para o setor leiteiro brasileiro. Fonte: MilkPoint. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.