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25/Mar/2025

EUA: plano de espalhar gripe aviária é devastador

Em meio a um surto de gripe aviária e à recente detecção de mais uma cepa do vírus (a H7N9) nos Estados Unidos, o secretário de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, Robert F. Kennedy Jr, sugeriu que avicultores e autoridades sanitárias deixem o vírus se espalhar para identificar quais animais seriam imunes. Especialistas acreditam que a medida, se adotada, teria potencial para devastar a produção de frango e ovos dos Estados Unidos, além de elevar as infecções entre as espécies de aves e seres humanos.

No Brasil, as medidas de biosseguridade contra a entrada da doença seguem as mesmas e as chances de a cepa H7N9 chegar ao solo brasileiro são consideradas menores que a já conhecida H5N1. Na última semana, Kennedy Jr. afirmou que os avicultores e autoridades federais deveriam considerar a possibilidade de deixar que gripe aviária se espalhe pelos rebanhos, para que identificar as aves e preservar as que são imunes a isso.

A ideia contrasta com uma série de medidas e esforços financeiros de mais de US$ 1 bilhão que vêm sendo anunciados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para combater a doença, mas não foi a primeira vez que esta hipótese foi cogitada por um membro do governo. Segundo Brooke Rollins, secretária de Agricultura, há alguns fazendeiros que estão realmente dispostos a tentar deixar o vírus se espalhar. O Conselho de Exportadores de Frango e Ovos dos Estados Unidos (USAPEEC) afirmou que a estratégia devastaria o mercado norte-americano. Nenhum país aceitaria os produtos ou genética dos Estados Unidos. Só seria possível movimentar produtos cozidos.

Mais importante, estaria permitindo que fazendas infectadas fossem fábricas de vírus. Haveria também a chance de aumentar os problemas de bem-estar animal, por permitir que cresça a taxa de mortalidade. Isso colocaria mais vírus no ambiente, o que tornaria a disseminação mais provável, expondo os trabalhadores a níveis mais altos de vírus, o que poderia resultar em mais casos humanos. As perdas de exportação nos setores de frango de corte, peru e ovos alcançaram cerca de US$ 1,99 bilhão entre fevereiro de 2022, quando começou o surto da gripe aviária no país, e novembro de 2024. Isso significa que o prejuízo é ainda maior, considerando que o vírus continua ativo. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.