18/Mar/2025
A pecuária de corte brasileira tem evoluído em tamanho e em qualidade. A profissionalização da atividade foi e está sendo responsável pelos avanços em produtividade. Os manejos nutricional, sanitário e reprodutivo são fatos consumados. Apesar desse bom desempenho, há potencial para aumentar a produtividade. O Brasil possui um rebanho bovino de 238,6 milhões de cabeças e uma área com pastagem estimada em 179,4 milhões de hectares (IBGE/Lapig). Nos últimos 40 anos, o crescimento do rebanho foi maior que a expansão das áreas com pastagem. Desde 1985, a área com pastagem no Brasil aumentou 74,9%, e o rebanho bovino cresceu 85,8%.
O Brasil é o maior exportador e o segundo produtor de carne bovina. Até o terceiro trimestre de 2024, os dados do IBGE indicam uma produção de 7,8 milhões de toneladas de carcaça, com tendência para atingir 9,9 milhões de toneladas. No que diz respeito à exportação, em 2024 o Brasil exportou 2,6 milhões de toneladas de carne bovina in natura para 132 países. Até fevereiro deste ano (2025), foram exportadas 190,5 mil toneladas, o que representa uma média diária de 9,5 mil toneladas, um aumento de 6,7% em relação ao mesmo período de 2024. A China é a principal compradora da carne bovina brasileira. Em 2015, foi celebrada uma parceria para a exportação de carne bovina, o que representou um marco na expansão dos mercados para o setor agropecuário brasileiro.
O acordo foi impulsionado pela demanda chinesa por proteínas, juntamente com a crescente capacidade do Brasil de produzir carne bovina em grande escala, atendendo aos padrões de qualidade exigidos internacionalmente. Uma das exigências do mercado chinês, com foco na segurança sanitária, foi que a carne bovina fosse proveniente de bovinos com até 30 meses de idade ou com até quatro dentes incisivos, o que ficou conhecido como o "boi China". Desde então, a demanda aumentou, impulsionando as exportações de carne bovina. Entre 2014 e 2024, a exportação quase dobrou. Desde a abertura do mercado chinês, a exportação foi recorde em todos os anos, com exceção de 2021.
A exigência chinesa estimulou a produção de bovinos precoces, o que contribuiu para a melhoria dos índices zootécnicos. O peso das carcaças é um exemplo dessa evolução, com o desempenho aumentando nos últimos anos, alcançando uma média de 261 Kg por cabeça em 2024, frente com os 228 Kg por cabeça em 2000. Por fim, a taxa de lotação também cresceu de 1 cabeça/hectare, em 2000, para 1,4 em 2023. A taxa média de lotação no mundo está em 0,32 cabeças/hectare. Em resumo, é esperado que o Brasil se torne o maior produtor de carne bovina do mundo, superando os Estados Unidos, e que as exportações continuem a crescer. Fonte: Alcides Torres. Broadcast Agro.