13/Mar/2025
Ano após ano, as exportações brasileiras de carne bovina aumentam, e o ritmo dessa expansão tem impacto em toda a pecuária nacional. No primeiro bimestre de 2025, foram embarcadas 423,608 mil toneladas, 3,7% a mais que nos dois primeiros meses de 2024, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). No início do ano passado, o crescimento foi bem maior, de 25% sobre o primeiro bimestre de 2023. O preço em moeda nacional evoluiu fortemente neste ano. A média da carne in natura (que representa por volta de 88% dos embarques) subiu 30% comparando-se os dois primeiros meses de 2025 com o primeiro bimestre do ano passado (em termos nominais), passando para R$ 29,30 por Kg. No início de 2024 (janeiro-fevereiro), registrava-se queda de 11% sobre igual intervalo de 2023. A China é o destino de quase metade de toda a carne bovina exportada pelo Brasil, e alterações na sua demanda têm impactos no País.
Neste começo de ano, as compras chinesas caíram 4,5% frente aos dois primeiros meses de 2024, diferente da situação observada no ano anterior. O ano de 2024 se iniciou com a China adquirindo 12,8% a mais que no começo de 2023. O recuo recente pode ter sido pontual, caso confirmadas as projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) de que o país aumentará em 1,3% suas importações de carne bovina em 2025. No primeiro bimestre, os preços médios recebidos da China, em Reais, foram quase 31% maiores que os do começo do ano passado. Paralelamente a este grande cliente, tem se fortalecido a demanda de outros compradores. O destaque tem sido os Estados Unidos, segundo maior importador. Neste início de ano, as aquisições norte-americanas de carne bovina brasileira superaram em 33% o volume do primeiro bimestre de 2024, que já havia crescido 25% sobre igual intervalo de 2023. Os preços médios em Reais, em janeiro e fevereiro, ficaram 14,5% acima dos do começo de 2024.
Como terceiro destino da carne brasileira estão os Emirados Árabes, com forte diminuição no início deste ano (-79%), mas aumento de preços, em Reais, de 28%. O quarto maior cliente, o Chile, expandiu suas compras em expressivos 60% sobre o primeiro bimestre de 2024. No começo do ano passado, a ampliação havia sido de apenas 2,7%. O preço médio em Reais neste início de 2025 está 43% maior. O compasso das exportações influencia o ritmo do mercado pecuário, e a persistência de certa indefinição sobre o rumo dos preços ao pecuarista pode estar sinalizando que também os exportadores aguardam demandas mais robustas de seus clientes externos. No mercado doméstico da carne bovina, o comportamento é de estabilidade das vendas e das cotações. Em São Paulo, no atacado, a carcaça casada acumula pequena valorização de 0,46% na parcial de março, a R$ 21,93 por Kg. O preço médio do boi gordo em São Paulo registra leve alta de 0,32% no mês, a R$ 311,95 por arroba. Na maioria das regiões, também prevalece a estabilidade. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.