13/Mar/2025
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) criticou a decisão do governo federal de zerar a alíquota de importação de sardinhas como forma de tentar frear a inflação dos alimentos. Há risco de se desestruturar a cadeia produtiva e fechar fábricas, a exemplo de experiências anteriores, ocorridas entre 2010 e 2014. A principal ameaça, na visão da FPA, é a entrada massiva de sardinhas importadas, sobretudo da Ásia, o que criaria uma concorrência desleal. Atualmente, a alíquota de importação da sardinha em conserva é de 32%, o que protege a produção nacional sem impacto nos preços: em 2024, a inflação do produto foi de apenas 1,12%, abaixo da média nacional de 4,83% (IBGE).
Zerar o imposto de importação vai desestimular investimentos, forçar indústrias a importar produtos acabados e comprometer a segurança alimentar. A FPA sugere três medidas para baratear o custo da sardinha no curto prazo: manter a alíquota de 32% para sardinhas em conserva na Lista de Exceção da Tarifa Externa Comum (Letec); incluir a sardinha em conserva na cesta básica da reforma tributária, reduzindo custos para a indústria e consumidores, e manter a alíquota zero para sardinha congelada (matéria-prima), beneficiando produtores nacionais.
A preservação das condições atuais é essencial para garantir empregos, desenvolvimento regional e concorrência justa no mercado brasileiro. No ano passado, conforme dados do Ministério da Agricultura, o Brasil importou 11,56 mil toneladas de sardinhas, entre congeladas, em conservas e outras preparações, desembolsando US$ 12,98 milhões. Este volume foi 57,95% menor em relação a 2023, quando as importações de sardinha alcançaram 27,49 mil toneladas, ao custo de US$ 29,04 milhões. Em exportações de sardinhas (tanto congeladas quanto processadas), o País exportou, em 2024, 932 toneladas, faturando US$ 2,88 milhões, volume 5% menor do que as 981 toneladas de 2023 e 1,4% maior do que os US$ 2,84 milhões faturados há dois anos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.