11/Mar/2025
Segundo o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua, o avanço de doenças em animais na Europa e nos Estados Unidos pode favorecer as exportações de carnes do Brasil. A febre aftosa na Alemanha, por exemplo, pode levar Vietnã, Reino Unido e Coreia do Sul a abrirem mercados para a carne brasileira em busca de diversificar o fornecimento da proteína. O recrudescimento da gripe aviária na França, em Portugal e nos Estados Unidos pode refletir em maior demanda de países asiáticos pela carne brasileira. O Brasil não comemora os problemas dos outros países, porque doenças sanitárias podem ocorrer em qualquer lugar, mas não se furtará de se colocar à disposição de quem precisa de abastecimento neste momento.
Dado o status de excelência sanitária, o Brasil está preparado para suprir esses mercados. O Brasil é um dos poucos países do mundo que nunca registraram caso de Influenza Aviária no plantel comercial. Mantendo essa condição, naturalmente o Brasil continuará sendo chamado por países que eventualmente tiverem necessidade, por exemplo, pelos países asiáticos. Esse recrudescimento de doenças em animais em importantes players fornecedores de proteínas pode também abrir espaço para abertura de novos mercados para o Brasil. Por exemplo, o surto de febre aftosa na Alemanha, relevante player de carne suína, registrado em janeiro. O mercado de carne suína é indiretamente afetado pelas restrições em virtude da febre aftosa em búfalos já que se trata de animais de casco bipartido, portanto, sujeitos às mesmas restrições, embora a Alemanha consiga direcionar maior volume internamente no mercado europeu.
Neste cenário, importadores como Reino Unido, Vietnã e Coreia do Sul podem buscar diversificar o fornecimento. A Alemanha historicamente exportava 1 milhão de toneladas de carne suína antes da peste suína africana (PSA), o que passou para 350 mil toneladas ao fim de 2024. Deste total, um terço é exportado para o Reino Unido, seguidos pelo Vietnã e Coreia do Sul. Então, se abrem possibilidades para o Brasil. No início de fevereiro, Luis Rua se encontrou com o ministro do Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais do Reino Unido (DEFRA), Daniel Zeichner, para discutir a possibilidade de ampliar a parceria comercial. Antes do encontro, Zeichner havia declarado que o governo britânico buscaria outras fontes de suprimento em adição ao fornecimento da Alemanha.
Aqui entra o papel do Brasil se colocar à disposição, seja na carne bovina, seja na carne suína, a qual ainda não comercializa para o Reino Unido. A mesma premissa é válida para potenciais aberturas de mercado para as carnes brasileiras para Vietnã e Coreia do Sul. Dado o status sanitário, o Brasil pode ser esse parceiro. Nessa busca deles de diversificação de fornecedores, podem recorrer ao Brasil, abrindo brecha para abertura de mercado porque o Brasil, de fato, cumpre com as exigências sanitárias; se trata de uma lacuna física e de volumes reais a serem preenchidos. Em virtude do surto de febre aftosa na Alemanha, o Japão suspendeu temporariamente a importação de produtos de origem animal do país, enquanto a Coreia do Sul embargou a importação de carne suína da Alemanha. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.