10/Mar/2025

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos abriu uma investigação sobre o aumento dos preços de ovos no país. A investigação tem como objetivo descobrir, entre outras coisas, se grandes produtores conspiraram para elevar os preços ou restringir a oferta. Os preços dobraram no último ano e, às vezes, não há ovos nas prateleiras dos supermercados. Varejistas dizem que os ovos estão entre os principais responsáveis pela inflação de alimentos nos últimos meses. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu reduzir a inflação assim que assumisse o cargo. A investigação ainda está em estágio inicial e pode não resultar em nenhuma ação formal. Não se sabe se a investigação está sendo conduzida por autoridades civis ou criminais.

A United Egg Producers, uma associação comercial do setor, afirmou que os produtores de ovos estão fazendo o possível para combater esse surto mortal de gripe aviária. A indústria de ovos, varejistas e analistas atribuíram os altos preços dos ovos ao pior surto de gripe aviária da história dos Estados Unidos. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o surto resultou na morte de mais de 150 milhões de frangos, perus e galinhas poedeiras desde 2022. Produtores de ovos têm enfrentado dificuldades para recompor seus plantéis porque até mesmo aves jovens têm sido afetadas pelo vírus, segundo a American Egg Board, uma organização de marketing financiada pelo setor. Os produtores sabem que as pessoas estão frustradas e eles também estão frustrados com a situação.

A demanda constante, apesar do aumento dos custos e dos surtos de gripe aviária entre galinhas poedeiras nos últimos meses, pressionou a cadeia de suprimentos, resultando em escassez e aumento dos preços no atacado. Atualmente, os consumidores estão pagando, em média, cerca de US$ 5,00 por dúzia de ovos, segundo o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos. Varejistas e distribuidores de alimentos estão pagando cerca de US$ 8,00 por dúzia no atacado, o que frequentemente torna a venda dos ovos um prejuízo financeiro. No mês passado, o USDA anunciou um investimento de até US$ 1 bilhão para enfrentar os altos custos dos ovos, incluindo US$ 500 milhões para expandir medidas de biossegurança nas granjas.

A Cal-Maine Foods, maior produtora de ovos dos Estados Unidos e uma das poucas empresas do setor com ações negociadas na bolsa, registrou lucros crescentes com a alta dos preços dos ovos e viu suas ações dispararem desde o início do surto de gripe aviária. Os papéis da empresa subiram cerca de 50% nos últimos 12 meses. Autoridades antitruste costumam iniciar investigações quando altos preços parecem resultar de perturbações incomuns nas cadeias de suprimentos. Segundo o escritório Morrison Foerster, pode haver esforços anticompetitivos para lidar com a crise, e isso não é aceitável.

A indústria de ovos tem sido criticada por alguns grupos, como a organização de defesa dos agricultores Farm Action, que pediu a parlamentares e autoridades que investiguem a precificação dos ovos. Em carta enviada à Comissão Federal de Comércio em fevereiro, o grupo alegou que empresas estavam levando muito tempo para recompor seus plantéis de galinhas poedeiras, com o objetivo de restringir a oferta e manter os preços elevados. Alguns produtores de ovos afirmam que a recomposição dos plantéis leva tempo e que desejam evitar novas infecções em suas instalações. A publicação especializada em concorrência The Capitol Forum foi a primeira a reportar a investigação do Departamento de Justiça. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.