07/Mar/2025

Segundo o Rabobank, a propósito da retaliação imposta pela China à importação de produtos agropecuários dos Estados Unidos, é provável que haverá um redirecionamento do comércio. Os principais produtos que serão impactados são miúdos suínos e pés de frango. Para carne suína, tanto músculo quanto miúdos, a China obterá mais suprimentos do Brasil, Espanha, Holanda e outros países da União Europeia. A China é o maior mercado para exportações agrícolas dos Estados Unidos, comprando US$ 29,25 bilhões em produtos em 2024, e qualquer mudança nos fluxos comerciais pode criar oportunidades para exportadores rivais.

Isso apenas daria continuidade a uma tendência na qual a China vem procurando reduzir sua dependência agrícola aos Estados Unidos desde a guerra comercial iniciada durante o primeiro mandato do presidente Donald Trump. No ano passado a China importou cerca de US$ 16,3 bilhões em carne bovina, suína e de frango dos Estados Unidos, incluindo miudezas, mas agora, em sua contraofensiva, aplicou tarifas de 15% sobre a carne de frango dos Estados Unidos e de 10% sobre carne suína e bovina. Em decorrência, deverá haver um aumento dos embarques de carne europeia e sul-americana para a China.

Embora no momento a China venha realizando investigações antidumping sobre as importações realizadas no ano passado de carne suína e de laticínios da União Europeia, as vendas não foram afetadas. No entanto, a dependência da China aos Estados Unidos para pés de frango provavelmente continuará, pois seria difícil obter alternativas completas e rapidamente. Os importadores de pés de frango apenas pagarão o imposto e continuarão importando esse item dos Estados Unidos. A China é um importante importador de pés de frango, orelhas de suínos e vísceras dos Estados Unidos, itens valorizados em sua culinária, mas com pouca demanda nos Estados Unidos. Fonte: AviSite. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.