06/Mar/2025
Enquanto agricultores lidam com as oscilações dos custos de produção, as cooperativas adotam estratégias visando otimizar recursos, aumentar a eficiência (da propriedade rural até a comercialização) e reduzir custos. Segundo a PUC-PR, a natureza da cooperativa prevê benefícios mútuos entre os cooperados. Mas, ela é um meio de desenvolvimento e só vai bem quando todos vão bem, cresce à medida que todos os cooperados crescem. O modelo de integração adotado por cooperativas do setor permite aos produtores rurais unirem forças para superar desafios e alcançar melhores resultados. A cooperativa consegue agregar valor em ações como a compra de insumos a preços mais competitivos e aquisição de equipamentos que os cooperados, individualmente, não conseguiriam. Além disso, a oferta de assistência técnica, orientação para gestão da propriedade com foco na eficiência incluindo tecnologias para melhoria de produtividade, acesso mais facilitado a crédito rural e linhas de financiamento, assim como a garantia de compra da produção por um preço previamente acordado, são pontos positivos.
O produtor tem certa tranquilidade com essa previsibilidade. Para os produtores, o modelo compensa, mas ainda traz dificuldades. O sistema de integração acaba padronizando o valor da ração, apontado pela Embrapa Suínos e Aves como o principal componente da alta do custo de produção de frango, por exemplo. Dessa maneira, o cenário é diferente no caso do criador independente. A avicultura é uma atividade complexa. Apesar do suporte da cooperativa, que inclui a entrega dos pintainhos, ração, medicamentos quando necessário, assistência técnica e veterinária, assim como a venda garantida dos lotes de frango, há outros custos necessários para manter a qualidade da produção. Isso abrange a avaliação periódica de aspectos como índice de mortalidade e eficácia da conversão alimentar, além de ambiência, ou seja, condições das instalações, garantia de fornecimento de água e energia elétrica, entre outros. Para as cooperativas, o modelo tem desafios, ligados ao setor como um todo, mas os resultados têm sido satisfatórios. Na Copacol, o cooperado recebe por índice de produtividade.
Nesse modelo de parceria na integração, o produtor tem algumas responsabilidades e a cooperativa tem outras. A cooperativa acaba amortizando os custos de produção e o produtor se especializa na atividade. O produtor não será impactado diretamente com a alta da soja e do milho, por exemplo, que afetam o custo da ração. Porém, quando isso acontece, no fim do ciclo o resultado financeiro da integradora será menor. Muitas vezes esse tipo de aumento gera um impacto importante, mas que é neutralizado para o produtor no momento de receber pela atividade, tendo em vista que o preço pago ao produtor é definido anteriormente. Dados do relatório anual da Copacol apontam um faturamento de R$ 10,6 bilhões em 2024, com pagamento da maior sobra da história da cooperativa: R$ 270 milhões, 64% de acréscimo na comparação com o exercício anterior. O próprio documento indica que o recurso dá a possibilidade de o cooperado investir na sua atividade e proporcionar melhorias na propriedade. Segundo a Cooperativa C. Vale, há um trabalho direcionado à aquisição de insumos nacionais, o que ajuda a manter os preços com menor impacto.
O modelo de integração da cooperativa possibilita um sistema sustentável, em que o agricultor produz a semente e o grão, que será transformado em ração para o setor de proteína animal. O modelo permite que cada grupo consiga fazer parte do negócio, conseguindo assim melhores resultados. A variação dos componentes da ração, por exemplo, não impacta a atividade do produtor no campo e destaca a comercialização como uma das principais vantagens. O produtor independente precisa enfrentar um grande índice de inadimplência de compradores. Já o cooperativismo garante estabilidade ao produtor, propiciando condições dele obter melhores resultados e de investir na propriedade. Segundo dados da C. Vale, o faturamento da cooperativa em 2024 foi 10% menor do que o ano anterior, ficando em R$ 21,98 bilhões, mas as sobras cresceram 25%, com R$ 150 milhões à disposição dos associados. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.