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28/Feb/2025

Carnes: BRF otimista sobre desempenho em 2025

Em meio ao cenário de alta dos preços de alimentos, a BRF mantém uma visão positiva sobre o consumo no mercado interno. O mercado interno brasileiro tem se mostrado não só resiliente, como crescente, mesmo em um momento de ajustes no poder de compra do consumidor. Apesar das pressões inflacionárias, o consumo de alimentos processados e proteínas, como o frango, tem se mantido forte. O mercado interno vai muito bem. A força das marcas e a inovação no portfólio têm garantido um desempenho sólido para a BRF. A BRF citou o portfólio vasto da companhia como uma das suas fortalezas em um momento de desafios. As marcas e produtos estão presentes em todas as classes. A empresa está preparada para capturar o consumo em diferentes cenários. Destaque para o papel da inovação e do fortalecimento das marcas no desempenho recente da empresa. As marcas que sempre foram líderes estão mais saudáveis do que nunca e muito bem aceitas pelos consumidores.

Além disso, o portfólio da BRF é "bastante democrático", com opções que atendem desde os consumidores de maior poder aquisitivo até aqueles que buscam preços mais acessíveis. A empresa está pronta para capturar o consumo de todas as classes, dos pontos mais caros aos mais acessíveis. A BRF atribuiu a queda das margens no Brasil no quarto trimestre de 2024 a fatores de custo, especialmente pela concentração de provisões de remuneração variável e pela Participação nos Lucros e Resultados (PLR) no período. Isso não tem a ver com os preços, tem mais a ver com o lado de custos. De outubro a dezembro do ano passado, a margem Ebitda ajustada da BRF no segmento Brasil foi de 14,7%, ante 15,6% no igual período de 2023 e de 16,6% no terceiro trimestre de 2024. Houve uma concentração de provisões de remuneração variável, que eram objetivos associados à história das mudanças na organização" além dos "acordos sindicais relacionados à PLR, que causaram impacto nas despesas da empresa. A BRF vinha realizando provisões ao longo dos trimestres anteriores, mas a apuração definitiva ocorreu no fim do ano.

Sem esses efeitos, seria possível notar a presença do portfólio sazonal de comemorativos influenciando positivamente as margens, como tradicionalmente ocorre. A BRF começou 2025 com desempenho positivo, impulsionada pelo crescimento da demanda e pela resiliência de seus produtos de maior valor agregado. Apesar de os primeiros meses do ano serem historicamente mais desafiadores, a empresa não observou retração no consumo. Produtos com valor agregado e com marcas fortes, como é o caso da BRF apresentam maior resiliência e trafegam melhor num cenário mais desafiador. O volume de janeiro inclusive surpreendeu a própria expectativa que a organização tinha. Os custos seguem como um ponto de atenção para 2025, especialmente diante de fatores como câmbio e preços de insumos. No entanto, a BRF enxerga um ambiente positivo para o setor de proteína, com uma “equação ainda bastante equilibrada” entre oferta e demanda para frangos e suínos. A BRF avalia investir recursos em projetos de expansão em 2025.

A BRF converteu cerca de 60% do Ebitda em caixa livre em 2024, beneficiada pelo desempenho operacional e pela redução de encargos financeiros. A expectativa para 2025 é de continuidade da geração de caixa, o que abriria espaços para novos investimentos. Apesar do plano de expansão, a aprovação dos projetos dependerá de viabilidade econômica e financeira. Não quer dizer que os projetos serão aprovados, isso vai depender de bastante critério. Entre as áreas prioritárias para investimento estão “embutidos” e “congelados”. Quando eliminado o efeito cambial, a empresa vê motivos para otimismo quanto aos custos dos insumos em 2025. A projeção é de safra forte no Brasil, na Argentina e nos Estados Unidos. No caso da soja, a projeção é de 174 milhões de toneladas, um recorde, com uma colheita concentrada em um período curto. Para o milho, a expectativa é de uma 2ª safra de 2025 robusta, reforçando a confiança na oferta. A estratégia da BRF permanece estável, com foco no posicionamento nos períodos de colheita, o que já tem sido uma prática nos últimos anos.

O crescimento da safra global de 2025, em comparação com 2024, é um fator positivo para os preços dos insumos. Além disso, o impacto cambial continua a ser um fator relevante nas projeções da companhia. Esse efeito é mais evidente em itens como farelo de soja e sebo bovino, com menor impacto em milho. A BRF projeta expansão de suas exportações em 2025, após um ano de habilitações expressivas em 2024. A empresa já tem um pipeline de aproximadamente 50 habilitações previstas para 2025. No entanto, a BRF ainda enfrenta desafios em algumas regiões. Ainda segue com três fábricas no Rio Grande do Sul inabilitadas para exportar para a China, por causa do caso de Newcastle em 2024. A companhia, porém, espera que a situação se normalize neste ano, com a retomada dos embarques. Isso representa praticamente 20% das exportações para a China, que são originadas no Rio Grande do Sul. Esse é um aspecto que deverá ser resolvido em 2025. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.