27/Feb/2025
Dois fundamentos vêm tendo especial influência nas estratégias dos frigoríficos ao longo deste mês: o aumento da oferta de vacas para abate e a pressão de atacadistas da carne por reduções de preços aos varejistas. Boa parte das escalas tem sido preenchida com fêmeas e, ao serem consideradas as cotações de vacas e novilhas, constata-se que o incremento de oferta é especialmente de vacas. Com o aumento do abate dessas categorias, o preço da carne de fêmea também vem baixando mais que o de boi gordo, o que facilita a “saída” do produto diante do poder de compra dos brasileiros. Os valores de vacas têm se afastado dos valores de novilhas em alguns Estados.
Em São Paulo, a diferença passou de 5% em janeiro para 7% na média de fevereiro, na casa de R$ 20,00 por arroba, em média, R$ 280,00 por arroba para vaca e R$ 300,00 por arroba para novilha à vista. Em Minas Gerais, a diferença passou de 4% para 6,1%; em Mato Grosso do Sul, a média passou de 3,6% para 4,1%; e em Goiás, de 5% para 5,6%. Em Mato Grosso, a diferença se mantém estável, em 4,7% tanto em janeiro quanto em fevereiro. Dispondo de maior oferta de fêmeas, especialmente vacas, e recebendo pressão para reduzir o preço de venda da carne, os frigoríficos tentam diariamente ajustar para baixo as cotações do boi. Esse comportamento persiste há algumas semanas e, nos últimos dias, nota-se que se acentuou a “queda de braço” com pecuaristas. Muitos pecuaristas já não aceitam os novos preços e preferem adiar as vendas.
Alguns acreditam que a tendência é de novas quedas no curto prazo, mas outros consideram que muitos lotes já foram vendidos antecipadamente, quando os preços estavam mais altos e, com isso, a oferta não tenderia a ser tão elevada nas próximas semanas, período em que vai se caracterizando a “safra de pasto”. Os pecuaristas consideram também que as exportações devem seguir crescentes, absorvendo especialmente lotes de confinamento. Nesse embate, ainda predominam reduções diárias de preços, mas as negociações estão mais lentas. Em algumas regiões, o tom é de estabilidade. Ao longo do mês, o preço médio do boi gordo em São Paulo registra recuo de 3,81%, a R$ 321,10 por arroba. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.