20/Feb/2025
O 374º leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT), realizado na terça-feira (18/02), alterou a tendência de alta observada nos últimos eventos, trazendo recuos para a maior parte das categorias. O GDT Price Index, que representa a média ponderada dos produtos, registrou queda de 0,6% em relação ao leilão anterior, com o preço médio atingindo US$ 4.370,00 por tonelada. Com exceção da manteiga, todos os produtos negociados apresentaram recuos em seus preços médios durante o leilão. Com uma alta de 2,2%, a manteiga foi negociada na média de US$ 7.378,00 por tonelada, o maior valor registrado para a categoria na série histórica do MilkPoint Mercado, iniciada em 2013.
Por outro lado, o leite em pó desnatado apresentou um recuo de 2,5% em seu preço, sendo negociado na média de US$ 2.754,00 por tonelada, enquanto o recuo observado para o leite em pó integral, na média ponderada pelo volume negociado, foi mais brando, em -0,2%, com o preço médio de US$ 4.153,00 por tonelada. Além dos leites em pó, o cheddar também apresentou um recuo de 3,4% no último leilão, sendo negociado a US$ 4.862,00 por tonelada. Em relação ao volume negociado, no último evento houve uma nova retração, atingindo o menor volume negociado em um leilão GDT desde julho de 2024, com 22.654 toneladas negociadas.
Vale ressaltar que apesar dos recuos nos preços praticados em relação ao leilão anterior, as médias observadas ainda se mantiveram em patamares considerados elevados para as categorias em questão. Nesse cenário, os recuos observados podem ter ocorrido como forma de ajustes pontuais após as altas mais intensas observadas nos leilões anteriores, com um mercado internacional que ainda pode ser considerado aquecido para os lácteos. Nesse contexto, a mesma movimentação foi observada para os preços dos contratos futuros de leite em pó integral, que também apresentaram recuos em relação aos preços dos mesmos vencimentos no início deste mês, mas, se mantendo em um patamar ainda elevado na bolsa de valores da Nova Zelândia.
Vale destacar que o Brasil importa produtos lácteos, principalmente, da Argentina e do Uruguai, países que tradicionalmente praticam preços superiores aos do Global Dairy Trade (GDT). Esse diferencial é influenciado pela Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul, que impõe tarifas de quase 30% sobre importações provenientes de fora do bloco. Assim como pontuamos anteriormente, apesar dos recuos observados no último leilão, os preços permaneceram em patamares elevados, tornando mais atrativas as vendas do Mercosul para outros mercados, e, consequentemente, reduzindo os embarques para o Brasil. Esse movimento reforça a perspectiva de importações menos estimuladas pelo país neste ano. Fonte: MilkPoint. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.