13/Feb/2025
Em janeiro, frigoríficos brasileiros, em termos médios, podem ter tido ajustes para baixo em suas margens. A arroba de boi teve valorização na maioria das praças ao longo de janeiro – em São Paulo, foi de 2,2% –, enquanto os preços da carne no mercado doméstico baixaram – cerca de 4% – e os de exportação, no comparativo com dezembro, se mantiveram estáveis – alta de 0,3% (em Real). Considerando a venda da carne e de vários outros derivados do boi no mercado interno mostram que o spread em relação ao valor pago pela arroba baixou de 7,1% em dezembro para 6,8% em janeiro. Em novembro, havia sido calculado em apenas 1,3%. Já no avançar de fevereiro, o mercado evolui favoravelmente às margens da indústria. Os preços da carne no atacado de São Paulo – referência para o mercado doméstico – têm tido ligeiros aumentos, ao passo que as ofertas de animais para abate estão permitindo o alongamento das escalas e a redução dos valores pagos em maioria das regiões. No acumulado de fevereiro, o preço da carcaça casada de boi acumula alta de 1,07% no atacado de São Paulo.
O boi em São Paulo se mantém estável, a R$ 324,25, segundo o Indicador CEPEA/ESALQ. No Triângulo Mineiro (MG), o boi gordo se desvalorizou 1,65% na parcial deste mês, cotado a R$ 301,08. O mesmo movimento foi observado nas praças de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS), com quedas de 1,21% e de 0,82%, respectivamente, com a arroba negociada a R$ 297 e a R$ 299,44. Já no Rio Grande do Sul e no Pará, observam-se valorizações, de 2,02% e de 1%, respectivamente, com o quilo do boi comercializado, em média, a R$ 22,54/kg no estado sul-rio-grandense e a arroba, a R$ 285,03 no paraense. Em janeiro, o volume de carne bovina exportado ficou apenas 0,6% abaixo do de janeiro/24 e 10,9% inferior ao de dezembro/24, de acordo com dados da Secex. Mesmo assim, essa categoria representou 91% da receita em dólar de todas as exportações de carnes bovinas e gerou faturamento de quase US$ 1 bilhão. A China, por exemplo, adquiriu 20% a menos e os Estados Unidos, segundo maior comprador, diminuíram em 15,8% o volume recebido em dezembro/24.
Os preços pagos em dólar pelos chineses em janeiro subiram 11% na comparação anual e se mantiveram praticamente estáveis frente a dezembro. Mesmo reduzindo as compras, a China ainda foi o destino de 50,5% do total de carne bovina escoado pelo Brasil. Na comparação com janeiro do ano passado, a China adquiriu volume 5,3% menor e os Estados Unidos reduziram em 8,7%. Por outro lado, Chile (+44%), Arábia Saudita (+23%), Itália (+339), Holanda (+19%) e Turquia (+56%) são alguns dos países que ampliaram as compras da carne brasileira. No front interno, dados do IBGE confirmam o que os preços mostravam dia após dia. O volume de animais abatido em outubro, novembro e dezembro foi 8,6% menor que no trimestre anterior, ainda que tenha aumentado, 3,5%, no comparativo com o quarto trimestre de 2023. Foram abatidas no último trimestre 9,48 milhões de cabeças sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária, mas o peso total foi 10% menor que o obtido no trimestre anterior. Essa informação também confirma os levantamentos de campo do Cepea. Empolgados com os preços em alta, pecuaristas não hesitavam em ofertar animais abaixo do peso potencial. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.