13/Feb/2025
A pecuária brasileira deve enfrentar nos próximos meses um aumento na oferta de fêmeas para abate, impulsionado pelos efeitos da longa seca de 2023, que comprometeu as taxas de prenhez, segundo análise do Itaú BBA. Esse movimento pode provocar uma pressão baixista sobre os preços da arroba no curto prazo, mas tende a fortalecer o valor do bezerro mais adiante, uma vez que menos animais devem nascer em 2026. Para os recriadores, o momento pode representar uma oportunidade de reposição estratégica, aproveitando a recente acomodação nos preços da cria.
No mercado futuro, os contratos do boi gordo registraram desvalorização ao longo do último mês, mas continuam com a curva de preços acima de R$ 300/arroba, garantindo margens ainda positivas para os confinadores, embora menores do que as registradas no fim de 2024. O aumento no custo do boi magro desde novembro tem sido um fator de pressão sobre a rentabilidade da atividade. No cenário internacional, a expectativa é de que a carne bovina brasileira não enfrente aumento de tarifas para o acesso ao mercado norte-americano.
Os EUA apresentam uma oferta reduzida de bovinos, o que poderia pressionar a inflação interna. Além disso, o comércio entre os dois países tem menor relevância em relação a outros parceiros dos EUA, como China, União Europeia, México e Canadá. No mercado interno, o panorama é mais incerto. O preço da carne bovina mantém-se elevado, em um contexto de inflação alta, juros elevados e crescimento econômico mais fraco. Esse ambiente pode limitar a capacidade de o consumidor de absorver reajustes na carne bovina e afetar a demanda. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.