10/Feb/2025

O Goldman Sachs afirmou que dados da Nielsen para novembro e dezembro de 2024 indicam que a BRF teve um dos seus melhores desempenhos para um fim do ano. Isso fortaleceu a visão positiva dos seus analistas para o mercado de frango, tanto no Brasil quanto no exterior. O banco mantém projeções otimistas para a empresa em 2025 e reitera recomendação de compra para a controladora Marfrig, considerando um melhor equilíbrio entre risco e retorno. A BRF deve reportar resultados sólidos no mercado doméstico no quarto trimestre de 2024, com os dados da Nielsen apontando um crescimento de 14% no volume de vendas de alimentos processados nos meses de novembro e dezembro em relação ao ano anterior, sem variação significativa de preços.

O crescimento foi generalizado, com a indústria como um todo registrando alta de 6% nos volumes, impulsionada pela forte demanda por salsichas. A BRF também aumentou sua participação de mercado em 42 pontos-base no acumulado de 12 meses, com as marcas Sadia e Perdigão avançando 31 e 14 pontos-base, respectivamente. Enquanto isso, Seara, da JBS, e Aurora+Frimesa permaneceram estáveis, e o restante do mercado perdeu 35 pontos-base. Além do crescimento em volume, os preços médios agregados dos produtos subiram 1,1%, segundo a Nielsen. Em janeiro de 2025, tanto a BRF quanto a Seara implementaram novos reajustes na faixa de 0,5%, o que deve compensar parte do aumento nos custos de ração animal, que subiram cerca de 10% em relação ao ano anterior. Há espaço para novos aumentos de preços, considerando que a carne bovina continua 20% mais cara para os consumidores, o que pode favorecer um movimento de migração para proteínas mais baratas, como o frango.

O cenário de oferta e demanda também se mantém favorável. A colocação de pintos de corte no Brasil deve crescer apenas 0,6% em 2025, por causa da limitação no fornecimento de material genético. Isso contrasta com a expectativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) de um avanço de 1,7% na demanda global por carne de frango. No entanto, as exportações mantêm-se como um ponto de atenção. Os preços para o mercado externo caíram 1,4% em dezembro e acumulam retração de 3,7% no ano (em dólares), reflexo de uma desaceleração temporária da demanda japonesa. O Goldman Sachs já considera essa tendência em sua projeção, prevendo uma queda de 2% nos preços internacionais da BRF em 2025. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.