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26/Set/2019

Boi: valor da reposição em alta com oferta restrita

Os preços de bovinos para reposição (bezerro e boi magro) vêm registrando consistente movimento de alta em 2019. O impulso vem da restrição de oferta de bois ao longo deste ano, o que, por sua vez, pode estar atrelado ao crescente volume de fêmeas (novilhas e vacas) abatidas no País nos últimos trimestres. Além disso, a demanda brasileira por bovinos para abate está firme, tendo em vista o bom desempenho das exportações. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o volume de carne bovina exportado pelo Brasil segue acima de 100 mil toneladas há 14 meses e tudo indica que as vendas externas de setembro devem novamente ultrapassar esse patamar. Destaca-se, ainda, que novas plantas frigoríficas nacionais estão habilitadas para exportar carne à China, que, junto com Hong Kong, é o maior destino da proteína brasileira.

A aquecida procura por boi gordo para abate, consequentemente, aumenta a demanda por novos lotes de reposição, cenário que tem, inclusive, se intensificado nestes últimos meses, devido aos maiores volumes de animais em confinamento. Outro motivo que tem elevado a demanda por bovinos de reposição é o patamar de preço apontado no mercado futuro de boi gordo na B3. Para o início de 2020, os contratos têm sido ajustados na casa dos R$ 167,00 e R$ 168,00 por arroba, acima do físico atual, que está por volta de R$ 160,00 por arroba. O contrato Outubro/2020, por sua vez, é negociado na faixa de R$ 171,00 por arroba. Em São Paulo, o boi magro tem sido negociado em setembro por volta de R$ 2.100,00 por cabeça, o que representa valorização de 11,3% frente à média de janeiro deste ano, em termos reais (valores foram deflacionados pelo IGP-DI de agosto/2019). Há dificuldades na compra de novos lotes de boi magro.

Essa alta no preço do boi magro de janeiro a setembro, inclusive, é a maior para esse período desde 2014, quando a valorização chegou a quase 20%. Vale lembrar que, naquele ano, uma forte seca atingiu o Brasil e, como resultado, elevou com força os preços do setor pecuário. Para o bezerro, a cotação média de setembro, também em São Paulo, está próxima de R$ 1.400,00, alta real de 3,9% em relação à verificada em janeiro. Quanto ao mercado físico, os preços do boi gordo seguem firmes. Em São Paulo, os patamares atuais da arroba são os maiores da série do Cepea, em temos nominais. No entanto, quando considerados os efeitos da inflação, os valores deste mês estão bem abaixo do recorde real, de R$ 189,89 por arroba, verificado em abril de 2015 (as médias foram deflacionadas pelo IGP-DI de agosto/2019). O preço médio do boi gordo em São Paulo é de R$ 160,55 por arroba, alta de 2,23% no acumulado parcial de setembro. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.