06/Feb/2025

Quem quer saber para onde vão os preços do boi gordo deve olhar para o mercado da carne bovina, vendida no Brasil e no exterior. Com pesquisas no atacado de São Paulo desde 2001, identifica-se a intercalação de períodos em que a carne vale mais, com outros em que a vantagem é para o boi gordo (considerando-se 15 quilos de carcaça casada bovina - “boi casado”). Há 22 meses, desde maio de 2023, a cotação da carne tem superado a do boi gordo, embora essa diferença venha diminuindo. Essa vantagem se acentuou fortemente no começo de dezembro, quando o boi gordo teve queda abrupta. Em 16 de dezembro, o “boi casado” chegou a valer R$ 42,10 a mais que a média da arroba ao pecuarista. O preço médio do boi gordo em São Paulo esteve R$ 309,80 por arroba, e 15 quilos de carcaça casada valiam R$ 351,90. Desde então, a diferença tem caído. Ao longo de janeiro, declinou de R$ 28,55 por arroba para R$ 20,05 por arroba. Agora, está em R$ 9,95 por arroba. O ciclo anterior em que a carne superou o boi gordo de forma consistente durou 22 meses, indo de setembro de 2018 a junho de 2020.

Logo após, de setembro daquele ano até outubro de 2022 (com exceção de out/2021, “vaca louca”), a situação se inverteu. Era a arroba do boi gordo que valia mais que a de carne com osso. Da entressafra de 2022 até a safra de 2023 (de outubro/2022 a abril/2023), o mercado teve um período de transição, ora o boi levava vantagem, ora a carne. No mercado de boi gordo, esta é a quarta semana em que o preço médio oscila basicamente entre R$ 325,00 e R$ 327,00 por arroba, com discreta tendência de alta. Neste mesmo período, a carne teve leve enfraquecimento. A carcaça casada negociada no atacado de São Paulo passou de R$ 22,00 por Kg para R$ 21,00 por Kg à vista. Essa indefinição de tendência reflete a parcimônia de frigoríficos diante da expectativa de aumento das ofertas de pasto, enquanto os pecuaristas tentam forçar preços maiores a cada novo negócio. As escalas de abate estão entre uma semana e dez dias na maioria das regiões. A oferta de fêmeas (que fica pronta para abate mais rapidamente) continua se destacando em relação à de boi gordo. Conforme atacadistas, as vendas de carne se mantêm estáveis, o que representa uma boa sustentação dado o período do ano.

Quanto à exportação, os dados mais recentes mostram diminuição da quantidade embarcada, o que, além de ser compatível com esta época, está atrelado ao Ano Novo Chinês. No mercado de reposição, desde meados de janeiro, os leilões têm negociado bons volumes de bezerro. De janeiro para cá, os preços vêm se mantendo relativamente estáveis em todas as regiões, mas muitos compradores consideram altos os patamares. De fato, houve aumentos expressivos no último ano. Em São José do Rio Preto (SP), por exemplo, a média está por volta de R$ 2.665,00 bem acima dos R$ 1.810,00 de período equivalente de 2024. Em Goiânia (GO), os negócios têm saído na média de R$ 2.580,00 ante os R$ 1.880,00 de fevereiro/2024; em Cuiabá (MT), os atuais R$ 2.700,00 também destoam bastante da média de R$ 1.750,00 de um ano atrás; Rondonópolis (MT) está ao redor de R$ 2.730,00 contra R$ 1.805,00 e, em Sorriso (MT), o preço médio do bezerro passou de R$ 1.816,00 para os atuais R$ 2.772,00 em média. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.