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05/Feb/2025

Suíno: setor dos EUA sentirá impactos das tarifas

Segundo o Rabobank, um eventual conflito comercial entre Estados Unidos e os vizinhos Canadá e México afetaria principalmente o mercado de carne suína. México e Canadá são os dois principais compradores da produção norte-americana. Os Estados Unidos exportaram para o México cerca de US$ 2,6 bilhões em carne suína em 2024, o que representa 30% do total embarcado, e para o Canadá, cerca de US$ 900 milhões, ou 10% do total. Juntos, esses países respondem por 40% das exportações de carne suína dos Estados Unidos. A tarifação em 25% das importações norte-americanas do Canadá foi adiada por 30 dias. A aplicação de tarifas reduziria a competitividade da carne suína norte-americana, abrindo espaço para outros players globais, como o Brasil. No entanto, essa mudança exigiria um melhor planejamento logístico e de fornecimento, além de depender do tempo de vigência das tarifas.

Para os Estados Unidos, a maior disponibilidade interna de carne suína pressionaria os preços e as margens do setor produtivo, afetando os esforços para recompor o inventário de matrizes suínas. A opção de redirecionar o excedente para outros mercados enfrentaria o desafio adicional da perda de competitividade devido ao dólar forte. No caso da carne bovina, a recente decisão do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) de retomar as importações de gado em pé do México, suspensas desde novembro de 2024, pode influenciar o mercado. Canadá e México são os maiores fornecedores de gado em pé e carne bovina para os Estados Unidos, especialmente em um momento de queda nos inventários de fêmeas e de alto consumo interno. A aplicação de uma tarifa de 25% elevaria os preços finais da carne bovina nos Estados Unidos, enquanto Canadá e México teriam maior oferta interna, pressionando preços e margens.

Mercados como Japão e China, que já importam carne bovina do México e do Canadá, poderiam absorver parte da oferta excedente. No entanto, o domínio dos Estados Unidos sobre esses mercados dificultaria um redirecionamento imediato. Outro ponto destacado é o impacto potencial no custo de produção de grãos e rações, já que cerca de 80% do potássio usado pelos Estados Unidos vem do Canadá. A elevação dos custos de produção de grãos pressionaria as margens do setor produtivo, dependendo do tempo de vigência dessas tarifas. Após fechar acordos com o México e o Canadá, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu adiar por 30 dias a taxação de 25% sobre os produtos importados dos dois países. O entendimento envolveu promessas dos vizinhos de reforço da vigilância nas fronteiras para coibir o tráfico de drogas e a imigração ilegal. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.