30/Jan/2025
O preço do leite captado em dezembro/2024 fechou a R$ 2,5805 por litro na “Média Brasil” (Bahia, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), queda de 2,7% em relação ao mês anterior, mas elevação de 21% frente a dezembro/2023, em termos reais (valores deflacionados pelo IPCA de dezembro). Desse modo, a média de 2024 foi de R$ 2,6362 por litro, 1,9% acima da verificada em 2023, também em termos reais. A progressão da safra e o consequente aumento sazonal da oferta no campo em dezembro influenciam o movimento de desvalorização do leite cru, que vem sendo observado desde outubro/2024. Contudo, o crescimento da oferta não foi homogêneo entre as bacias leiteiras e isso pode ser verificado pelo Índice de Captação de Leite (ICAP-L). Apesar de o volume industrializado pelas empresas que compõem a amostra da pesquisa do Cepea ter subido em Minas Gerais, em São Paulo e na Bahia, houve queda na captação nos Estados da Região o Sul e em Goiás, o que levou a “Média Brasil” a recuar 1,4% de novembro para dezembro.
Considerando-se o ano de 2024, a alta acumulada na amostra foi de 18,3%. A projeção é de aumento na captação industrial de cerca de 2,5% em 2024, o que totalizaria cerca de 25,2 bilhões de litros. O crescimento da oferta em 2024 está ligado ao ganho de margem do produtor. A expansão da produção só não foi maior por causa do clima extremo no ano. A análise da relação de troca mostra que, em 2024, o produtor precisou de 25 litros de leite, em média, para adquirir 1 saca de 60 Kg de milho. Em 2023, eram necessários pouco mais que 27 litros. Mas, é importante notar que houve uma escalada considerável nos custos a partir do quarto trimestre, puxada pelo aumento dos gastos com nutrição animal e pela desvalorização do Real frente ao dólar. Em dezembro, o Custo Operacional Efetivo (COE) subiu 0,21% na "Média Brasil" e, no acumulado do ano, 2,88%. A elevação dos custos de produção no final do ano é um ponto de atenção para agentes do setor, pois pode frear o movimento de desvalorização do leite cru no início de 2025.
Em dezembro/2024, o incremento na oferta da matéria-prima se refletiu, também, em elevação dos estoques de lácteos, pressionando as cotações dos derivados. Em dezembro, no atacado de São Paulo, houve queda de 3,16% nos preços do UHT, de 1,06% nos do leite em pó fracionado e de 0,69% nas cotações da muçarela. O aumento da oferta somado ao encarecimento dos lácteos no mercado internacional e à desvalorização do Real fizeram com que as importações recuassem 4,3% em dezembro, e as exportações avançassem 15,5%. Porém, quando analisado o ano como um todo, observa-se que o crescimento lento da oferta e o fortalecimento do consumo levaram a um novo recorde nas importações, que somaram 2,35 bilhões de litros em equivalente leite (Eql), 4,4% a mais que em 2023. Mesmo importando mais, as exportações de lácteos subiram expressivos 24,5% em relação a 2023, totalizando 98,74 milhões de litros Eql, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.