30/Jan/2025
De acordo com o Observatório da Cadeia Láctea Argentina (OCLA), a produção de leite na Argentina em 2024 totalizou 10,59 bilhões de litros. Esse volume representou uma queda de 6,5% em relação ao ano anterior, uma redução de 710 milhões de litros. Foi identificou um comportamento bastante heterogêneo entre os estabelecimentos de produção de leite. Assim, constatou-se que a produção variou significativamente conforme o tamanho dos tambos, os níveis de produtividade e as diferentes regiões geográficas. Na primeira parte do ano passado, a produção registrou uma queda acumulada de 14,5% no primeiro quadrimestre, em comparação com o mesmo período de 2023. Entretanto, em boa parte das regiões houve uma recuperação entre os meses de maio e julho, após as quedas acentuadas do início do ano.
Um dado importante a ser considerado é que, embora agosto tenha apresentado um leve retrocesso, houve um crescimento mensal acumulado de 1% ao mês nos meses seguintes. Mesmo assim, a comparação anual entre a produção de leite em diferentes províncias em 2024 mostrou grandes variações em relação ao ano anterior. A metodologia utilizada pelo OCLA considerou apenas as fazendas leiteiras que forneceram informações em ambos os anos, excluindo aqueles que encerraram atividades, começaram recentemente ou deixaram de relatar dados. Nas províncias de Córdoba e Santa Fé, responsáveis por dois terços da produção nacional de leite, houve quedas significativas na produção. Os cortes observados entre janeiro e junho em Córdoba e entre janeiro e setembro em Santa Fé foram determinantes para a redução geral registrada no ano.
A análise por faixa de produção revelou que as fazendas com mais de 6.000 litros diários apresentaram uma redução menor, de 0,7%, e até conseguiram superar os volumes do ano anterior em cinco meses. Por outro lado, as fazendas de produção média e baixa sofreram quedas mais acentuadas, de 7% e 11,2%, respectivamente. Fatores como o estresse térmico, limitações financeiras para gastos com alimentação e condições sanitárias impactaram fortemente esses segmentos. Para este ano, o OCLA elaborou projeções com base nas informações de 15 indústrias lácteas que recebem e processam cerca de 49% do leite da Argentina. Os dados preliminares indicam um aumento anual de 5,72%, com uma produção estimada de 11,19 bilhões de litros de leite em 2025. Essa estimativa busca apenas fornecer uma perspectiva para 2025, com base nos dados disponíveis no momento em que foi realizada.
No entanto, as condições de alta volatilidade e incerteza, que certamente caracterizarão este ano, podem gerar diferenças significativas em relação aos números projetados. O relatório também analisou os fatores que podem limitar esse crescimento. Entre os pontos mencionados está a possibilidade de uma redução nas tarifas de exportação de soja e outros grãos, o que poderia aumentar os custos de alimentação e o valor dos arrendamentos rurais. Nesse sentido, foi destacado que mais de 50% da superfície destinada à produção de leite é em terras arrendadas. Deste total, uma grande parte dos contratos de arrendamento é baseada no valor da soja. Além disso, outros fatores mencionados foram: redução no número de vacas; o encerramento de unidades produtivas; a continuidade do aumento da marginalidade; e o atraso cambial ou a perda de competitividade das exportações argentinas, apesar dos bons preços no mercado externo. Fonte: Infocampo. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.