28/Jan/2025
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a ocorrência de caso de gripe aviária altamente patogênica em granja comercial na Geórgia, nos Estados Unidos, pode abrir caminho para que a indústria de carne de frango do Brasil amplie presença no mercado mexicano, o nono maior comprador do produto do País no ano passado, com embarque de 212 mil toneladas. Destaque também para a tensão comercial entre Estados Unidos e México. A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) informou nesta segunda-feira (27/01) que os Estados Unidos confirmaram o primeiro caso de gripe aviária do subtipo H5N9, altamente patogênica, em uma propriedade comercial de patos na Califórnia.
As autoridades estaduais colocaram a propriedade afetada em quarentena e a eliminação de quase 119 mil aves foi concluída em 2 de dezembro de 2024. O registro do caso na Geórgia tem relevância por ser a primeira desde o início do surto atual nos Estados Unidos, em 2022, assim como pela importância do Estado para o setor no país: é responsável por cerca de 15% da produção nacional de aves e exportou US$ 1,6 bilhão em 2024. O Brasil acaba se tornando uma alternativa ainda mais atrativa para o mercado global. O México é um dos maiores importadores norte-americanos e tem estratégias específicas para lidar com surtos, como regionalizações.
Mesmo assim, eventos como o da Geórgia podem gerar ajustes e oportunidades para o Brasil atender mercados que eventualmente imponham restrições aos Estados Unidos. O Itaú BBA vê o momento como uma oportunidade estratégica para o Brasil, pois o consumo total de carne de frango no México, estimado em mais de 900 mil toneladas anuais, é mais de quatro vezes superior ao comprado do país em 2024. Isso assegura um grande potencial de crescimento da exportação, que poderia colocar o México próximo ao patamar dos principais compradores, como China (que adquiriu 562,2 mil toneladas em 2024), Emirados Árabes Unidos (455,1 mil toneladas), Japão (443,2 mil toneladas), Arábia Saudita (370,8 mil toneladas) e África do Sul (325,4 mil toneladas).
O Brasil já vem capturando, há bastante tempo, oportunidades de diversos mercados no mundo todo. O País não teve casos significativos, conseguiu controlar a situação com aves selvagens e isso não atingiu o sistema comercial. O México é um mercado estratégico, embora a proximidade geográfica favoreça a relação com os Estados Unidos. Porém, a possibilidade de um conflito comercial entre os países é um fator que também pode ajudar o Brasil. É um mercado que o Brasil pode capturar mais, ainda mais considerando questões políticas, como as tensões comerciais durante a gestão Trump.
A ABPA também chamou atenção para problemas no cenário europeu que podem enfraquecer a concorrência do bloco no mercado global. Portugal está com problemas na produção de frango; a França tem surtos em plantéis de patos, mesmo com vacinação; e países como Grã-Bretanha, Polônia, Hungria e Alemanha estão enfrentando a influenza aviária de forma ativa. O Brasil se destaca pela robustez de sua biossegurança, o que mantém o País livre de surtos significativos em sistemas industriais. A biossegurança brasileira é robusta, e o fato de não ter registrado surtos significativos em plantéis industriais reforça a posição do País como fornecedor confiável. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.