23/Jan/2025
O preço do leite captado em novembro fechou a “Média Brasil” (Bahia, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul), a R$ 2,6374 por litro, recuo de 6,4% em relação ao mês anterior, mas alta de 25,9% frente a novembro/2023, em termos reais (valores deflacionados pelo IPCA de novembro). A progressão da safra e o consequente aumento sazonal da oferta no campo influenciam o movimento de desvalorização do leite cru, que deve continuar sendo observado nos próximos meses. Pesquisas apontam desvalorização de cerca de 2% para o leite captado em dezembro/2024. Por enquanto, a estimativa é de que a média de preços de 2024 fique próxima do patamar de R$ 2,62 por litro, ou seja, em torno de 2% acima da verificada em 2023, em termos reais.
Apesar de a média anual de 2024 não se distanciar da de 2023, o comportamento dos preços ao longo destes anos foi bem distinto, assim como a relação com os custos de produção. O movimento de queda nos preços se iniciou apenas a partir de outubro, com as chuvas da primavera elevando a quantidade e a qualidade das pastagens, favorecendo o incremento da produção no campo e aumentando os estoques de lácteos. Com isso, os valores dos derivados também recuaram no último trimestre. Em São Paulo, no atacado, no mês de dezembro, houve queda de 3,16% nos preços do UHT, de 1,06% nos do leite em pó fracionado e de 0,69% nas cotações da muçarela. O aumento da oferta, o encarecimento dos lácteos no mercado internacional e a desvalorização do Real fizeram com que as importações recuassem 4,34% em dezembro e as exportações, avançassem 15,5%.
Ainda assim, 2024 se encerra com recorde nas importações, que somaram 2,35 bilhões de litros em equivalente leite (Eql), 4,4% a mais que em 2023 e 76,4% acima do registrado em 2022. As exportações totalizaram 98,74 bilhões de litros Eql, crescimento de 24,5% em relação a 2023, mas queda de 25,8% frente a 2022. Do lado dos custos, observou-se uma escalada ao longo do ano passado, mas, sobretudo, no quarto trimestre, puxada pelo aumento dos gastos com nutrição animal e pela desvalorização do Real frente ao dólar. Com isso, houve alta acumulada de 2,88% nos custos em 2024 (até dezembro), o que também piorou o poder de compra do pecuarista frente a insumos importantes para a atividade. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.