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17/Jan/2025

Suíno: aftosa na Alemanha é oportunidade para Brasil

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o setor de proteína animal brasileiro está atento às oportunidades geradas pelas restrições impostas à exportação de carne pela Alemanha, especialmente a suína, em que os germânicos lideram a produção na Europa. Um surto de febre aftosa no país provocou a suspensão da compra de produtos de origem animal por várias outras nações, incluindo os seus três maiores importadores: o Reino Unido, que lidera as aquisições, assim como Vietnã e Coreia do Sul. Juntos, eles representam 60% dos embarques de carne suína da Alemanha. O Brasil ainda negocia a retomada dos embarques de carne suína para o Reino Unido, mas já tem canais estabelecidos com Vietnã e Coreia do Sul.

No ano passado, o Brasil exportou 53 mil toneladas de carne suína para o Vietnã, o sétimo maior comprador do produto do País, com a Coreia do Sul tendo adquirido 22 mil toneladas. Isso representa cerca de 5% a 6% das exportações brasileiras de carne suína. Países como Dinamarca, Espanha, Rússia e Canadá também tentarão ocupar o espaço deixado pela Alemanha. Porém, as relações comerciais já existentes podem favorecer o Brasil. É mais fácil para um cliente aumentar o volume de um fornecedor existente do que buscar novos fornecedores. Essa elasticidade de fornecimento é uma característica única do Brasil. A conquista de mais espaço em mercados antes ocupados pela Alemanha pode ajudar o Brasil a superar o recorde de embarques de carne suína alcançados no ano passado, com 1,352 milhão de toneladas exportadas.

No fim de 2024, a associação já havia projetado um novo recorde para 2025, com 1,45 milhão de toneladas. Mudanças nos fluxos de exportação poderão ser observadas rapidamente. Assim, o Brasil pode ocupar espaços que vinham sendo da carne suína da Alemanha já nas próximas semanas. Os estoques médios dos países não costumam ser de longo prazo, o que abre espaço para o Brasil como alternativa. No caso da Coreia do Sul, um dos maiores desafios para a expansão é a questão tarifária. Na Coreia do Sul, a tarifa é de 26%. No entanto, quando há escassez de oferta, como no caso da Alemanha, a importância da tarifa diminui, e o suprimento se torna prioritário. Como não há cotas, isso significa que o Brasil pode ocupar o espaço deixado pela Alemanha sem restrições adicionais. Diante desse cenário, o setor está se mobilizando para aproveitar as oportunidades.

A ABPA está orientando as empresas a reforçarem suas relações com clientes no Vietnã e na Coreia do Sul, aproveitando o momento para ampliar os contratos e volumes. É uma oportunidade concreta para o setor. No dia 10 de janeiro, a instituição federal de saúde animal da Alemanha confirmou o primeiro caso de febre aftosa no país em 37 anos. A infecção pelo vírus foi identificada em um búfalo no distrito de Märkisch-Oderland, em Brandenburgo. O último surto de febre aftosa na Alemanha ocorreu na Baixa Saxônia em 1988, enquanto o último surto na Europa foi registrado na Bulgária em 2011. Depois disso, vários países anunciaram a suspensão da importação de alguns produtos de origem animal da Alemanha. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.