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10/Jan/2025

Frango: impacto da Newcastle na exportação do RS

O setor avícola do Rio Grande do Sul acusa o impacto nas exportações de carne de frango. A queda está relacionada ao caso isolado de Newcastle registrado em julho de 2024 no município de Anta Gorda. No acumulado do ano (de janeiro a dezembro de 2024), o setor sofreu redução de -6,5% sobre o ano de 2023, ou seja, as exportações de carne de frango neste período ficaram em 691,7 mil toneladas, queda de 47,8 mil toneladas sobre o volume de 2023, que registrou 739,5 mil toneladas exportadas. Nas receitas do ano (de janeiro a dezembro de 2024), a queda foi de -12,7%, ficando em US$ 1,266 bilhão, ou seja, US$184,8 milhões de queda nas receitas sobre o faturamento de 2023, que registrou US$ 1,451 bilhão. O ano de 2024 para exportações avícolas do Rio Grande do Sul de carne de frango acusou o prejuízo com caso de Newcastle na ordem de US$ 184,8 milhões, referente a 47,8 mil toneladas que deixaram de ser exportadas no ano.

O setor vinha com expectativas e estimativas de crescimento nas exportações de carne de frango na ordem de 3% a 4% para 2025. No ano de 2024, houve prejuízos estruturais, perda de planteis, instalações e equipamentos danificados em detrimento as enchentes, porém, o impacto nas exportações se deve ao caso isolado de Newcastle detectado em julho/2024. Isso é altamente danoso e alarmante. No setor de ovos, houve crescimento no acumulado de janeiro a dezembro de 2024, de 4,3% em volumes, ou seja, 266 toneladas a mais do que o exportado em 2023, que ficou em 6,234 mil toneladas. Isso é mais um passo rumo a consolidação da exportação da proteína ovos que a cada ano vem conquistando mais espaço no mercado externo. Em receita, a queda nas exportações de ovos no período de janeiro a dezembro de 2024 foi de -19%, ficando em US$ 17 milhões, ou seja, US$ 4 milhões inferior ao registrado em 2023, que ficou em US$ 21 milhões.

Isso deve a variação do preço médio da tonelada no mercado externo e ofertas de países concorrentes, mas com a alta constante do dólar poderá haver uma reversão neste cenário já no primeiro trimestre de 2025. Numa análise realista das exportações avícolas do Rio Grande do Sul, os prejuízos poderiam ser ainda maiores caso não tivesse uma certa agilidade na erradicação e encerramento da crise sanitária gerada por um único caso de Newcastle, mas isso não serve de conformismo, mas sim um grande alerta para o setor e os demais envolvidos com a sanidade do Estado e do País. Alguns embargos às exportações avícolas gaúchas, como China, Chile ainda permanecem. As exportações de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) encerraram o ano de 2024 com alta de 3%, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Ao todo, foram embarcadas 5,294 milhões de toneladas nos doze meses do ano passado, contra 5,138 milhões de toneladas em 2023. É o maior volume de exportação já registrado pelo setor. Também foi registrado recorde com as receitas de exportação entre janeiro e dezembro de 2024, chegando a US$ 9,928 bilhões, saldo 1,3% superior ao total obtido em 2023, com US$ 9,796 bilhões. No último mês de 2024, o setor exportou 448,7 mil toneladas, número 4% menor em relação ao saldo de dezembro de 2023, com 467,2 mil toneladas. Em receita, houve elevação de 4,6%, chegando a US$ 856,9 milhões em dezembro do ano passado, contra US$ 818,9 milhões no mesmo período do ano anterior. O saldo do ano confirma as expectativas da ABPA e aponta, também, novos patamares estabelecidos em médias de embarques, superando 440 mil toneladas mensais.

Os indicativos seguem positivos para 2025, com possibilidades de novas altas mensais e projeções de números relativamente superiores aos alcançados no ano encerrado, indicando a manutenção da rentabilidade das agroindústrias do setor. No ranking dos principais importadores de carne de frango do Brasil em 2024 (janeiro a dezembro), a China encerrou o ano no primeiro lugar com 562,2 mil toneladas (-17,6% em relação ao ano anterior), seguida por Emirados Árabes Unidos, com 455,1 mil toneladas (+3,3%), Japão, com 443,2 mil toneladas (+2,2%), Arábia Saudita, com 370,8 mil toneladas (-1,6%), África do Sul, com 325,4 mil toneladas (-4,4%), Filipinas, com 234,8 mil toneladas (+7%), União Europeia, com 231,9 mil toneladas (+6,9%), México, com 212,5 mil toneladas (+22,6%), Iraque, com 179,8 mil toneladas (+18,1%) e Coreia do Sul, com 155,8 mil toneladas (-22,8%).

Entre os Estados exportadores, o Paraná segue na liderança, com 2,174 milhões de toneladas (+4,1%), seguido por Santa Catarina, com 1,167 milhão de toneladas (+5,7%), Rio Grande do Sul, com 692 mil toneladas (-6,32%), São Paulo, com 297,2 mil toneladas (+1,6%) e Goiás, com 243,9 mil toneladas (+3%). Levantamentos da ABPA mostram que as exportações brasileiras de ovos (entre in natura e processados) totalizaram 18.469 toneladas nos doze meses de 2024, número 27,3% menor em relação ao ano anterior, com 25.404 toneladas. A receita das exportações de 2024 totalizaram US$ 39,2 milhões, número 37,9% menor em relação ao mesmo período do ano passado, com US$ 63,2 milhões. Em dezembro, as exportações de ovos do Brasil registraram forte elevação, chegando a 2.054 toneladas, número 116,8% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, com 947 toneladas.

Em receita, houve incremento de 72,2%, com US$ 4,317 milhões no último mês de 2024, contra US$ 2,507 milhões no mesmo período de 2023.O Chile encerrou o ano como maior importador de ovos do Brasil, com 6.871 toneladas (+141,4% em relação ao ano anterior), seguido pelos Emirados Árabes Unidos, com 2.354 toneladas (+108,7%), Estados Unidos, com 2.115 toneladas (+84,9%), Japão, com 1.633 toneladas (-84,3%) e Catar, com 1.107 toneladas (+7,1%). As exportações do setor, embora pressionadas pela alta demanda interna pelo produto, se mantiveram sustentadas em patamares muito acima ao ocorrido há dois anos. Ao mesmo tempo, o último trimestre de 2024 marcou o início de um fluxo positivo nas exportações brasileiras de ovos, em patamares que deverão se sustentar ao longo de 2025. Fonte: Asgav. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.