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09/Jan/2025

Carnes e as perspectivas para o mercado em 2025

O ano de 2024 ficou marcado com preços em alta para o boi gordo, principalmente a partir do mês de setembro. Até então, a competitividade da carne bovina no atacado estava interessante perante as concorrentes. Mas, o cenário deve mudar este ano, já que os patamares de preços para ao boi gordo bovina devem ficar mais elevados, com o início da mudança do ciclo pecuário, afetando diretamente o preço da proteína. Segundo a Scot Consultoria, no ano passado, até meados de setembro a quantidade de carne de frango e de suíno comprada com o preço de 1 Kg de carne de dianteiro bovino foi menor, ou seja, para a indústria que desossa e vende os cortes sem osso ao varejo, o preço da carne bovina esteve atrativo. Em 2024, o preço do dianteiro bovino esteve abaixo ou muito próximo à sua referência em 2023, enquanto os preços do frango e do suíno subiram. Com isso, a relação de troca, ou seja, a quantidade de frango e suíno comprado com 1 Kg de dianteiro bovino, ficou menos atrativa do que em 2023, na maior parte dos meses, compensando ao atacadista comprar a carne bovina em relação à suína e a de frango.

O Itaú BBA explica que a relação de troca no início de 2024 era de 1,7 Kg de frango para compra de 1 Kg de dianteiro bovino. A média histórica era 2,5 Kg, e isso seguiu até agosto. Em setembro, começou a subir a arroba do boi gordo e a carne, chegando a 2,6 Kg de frango para comprar 1 Kg de dianteiro. Em dezembro foi 2,38 Kg de frango para 1 Kg de carne bovina. Janeiro de 2025 começou com uma relação de 2,26 Kg frango e 1 Kg de dianteiro bovino. Importante destacar o contexto econômico no País, como o aumento da renda per capita e redução do desemprego, o que aumentou a possibilidade de o brasileiro comprar mais carne bovina, bem como outras proteínas também. Com o início da inversão do ciclo pecuário, a tendência é de preços firmes em 2025 para o boi gordo e os cortes no atacado e no varejo. Com a possibilidade de preços maiores para a carne bovina e incertezas quanto ao dinamismo da economia brasileira, essa relação vai pressionar o mercado de carne bovina e elevar o consumo para frango e suíno.

A carne de frango esteve competitiva em 2024 e deve seguir assim ao longo de 2025 frente às demais proteínas. A carne suína deve ter mais um ano de recorde na produção, com disponibilidade interna crescendo. No caso da demanda para a carne suína, o ritmo mais forte começa em maio, já que o início do ano, com a população com menor poder aquisitivo e com as temperaturas mais elevadas, acabam deixando a demanda mais arrefecida. Para a carne bovina, a tendência para o ano de 2025 é de que a relação de troca com as demais proteínas tenha mais chances de ficar acima da média histórica mais do que para baixo. É razoável supor que a carne bovina não volte aos patamares de agosto de 2024. O ano de 2025 será mais desafiador para a carne bovina. Do lado da oferta de boiadas, a expectativa é de redução nos abates e na produção de carne bovina. Há expectativa de aumento na demanda externa, com novo recorde de exportação, com produção de carne bovina menor e preços maiores ao consumidor brasileiro.

Por outro lado, para frango e suínos, a produção deverá crescer em 2025, aumentando a oferta dessas proteínas e com pouco espaço para altas expressivas em seus preços. A previsão é de maior competitividade do frango e suíno frente à carne bovina, após um 2024 onde a carne bovina ganhou espaço. Dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), projetando produção, consumo interno e exportações para 2025 em relação às carnes suína e de frango, mostram consumo interno para a carne suína estável e de frango, com aumento em relação a 2024. Para 2025, o setor avícola projeta produzir até 15,3 milhões de toneladas de carne de frango, o que representa avanço de 2,7% em relação a 2024, com disponibilidade de cerca de 9,9 milhões de toneladas, perfazendo aumento de 2,1%, consumo per capita chegando a 46,6 quilos, incremento de 2,2% em relação ao registrado em 2024 e exportações com crescimento de 1,9%, podendo chegar à marca de até 5,4 milhões de toneladas.

No caso da carne suína, a expectativa é de que a produção cresça 2% em 2025, avançando para 5,45 milhões de toneladas, sendo que a disponibilidade interna deve permanecer estável em 4 milhões de toneladas, assim como o consumo per capita de 19 quilos. As exportações da proteína suinícola podem subir 7,4%, com volume embarcado de até 1,45 milhão de toneladas. Sobre a carne bovina, apesar da redução na produção, o Brasil seguirá líder mundial nas exportações de carne bovina em 2025. Isso se deve à maior consolidação do mercado asiático, especialmente com a expansão das compras de países do Sudeste Asiático e à redução da participação dos Estados Unidos no comércio global da proteína, que, inclusive, deverão importar mais carne bovina do que em 2024. Assim, a projeção é de que as exportações de carne bovina in natura alcancem 2,62 milhões de toneladas, um aumento de 3,18% em relação a 2024, superando o recorde histórico alcançado neste ano. Diante de uma oferta reduzida de carne bovina e uma demanda externa aquecida, a visão central é de valorização real (acima da inflação) para o boi gordo em 2025. Fonte: Notícias Agrícolas. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.