23/Set/2019

Segundo relatório do Rabobank, o mercado global de carne de frango deve se recuperar nos próximos meses, mas ainda sob condições frágeis. Parte do problema vem de excesso de oferta em mercados como União Europeia, Estados Unidos e África do Sul. As notícias positivas seriam a oferta alta de grãos na Europa e na América Latina e a peste suína africana (PSA), além de uma situação positiva no México e no Brasil. Há expectativa de ganhos no mercado internacional de frango em decorrência da peste suína africana, que elevou os preços de carnes, com migração do consumo de carne suína para outras proteínas.

No entanto, o efeito de curto prazo para o frango deve ser limitado, até porque a China compra volumes relativamente baixos em mercados globais e prefere pés e asas. A demanda por peito de frango é baixa, e não deve haver alta porque a diferença de preços é substancial. Para o segundo semestre deste ano, companhias de carne de frango deverão ter foco no crescimento disciplinado da oferta para recuperar margens, que estão pressionadas na África do Sul, Estados Unidos e União Europeia. Os únicos grandes produtores em boas condições são México, onde Influenza Aviária limitou a oferta, e Brasil.

No Brasil, condições negativas de mercado no ano passado restringiram a produção, o que hoje ajuda os preços. O País foi um dos que mais se beneficiaram com o aumento de exportações em decorrência da peste suína africana. Com mais vendas ao exterior, preços internos também avançaram. A 2ª safra volumosa de milho no País favorece os custos de produção. Para os próximos meses, a expectativa é de firmeza nos preços internos da carne de frango brasileira.

Na China, deve haver alta de preços de aves, acompanhando o avanço nas cotações de carne suína. Companhias de carne de frango listadas nas bolsas de valores locais reportaram bons resultados no primeiro semestre. Além disso, o investimento em produção de aves aumentou, indicando que o mercado está favorecendo produção eficiente de carne. A China, mesmo assim, continua aumentando as importações. Entretanto, a participação do Brasil nas compras de frango chinesas caiu de 86% no primeiro semestre de 2018 para 70%, enquanto Tailândia e Argentina aumentaram seus "shares". Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.