07/Jan/2025
A região da Chapada Diamantina, no interior da Bahia, que se estabeleceu como um dos mais importantes polos de produção de cafés especiais do País, começa, aos poucos, a estruturar também a cadeia de produção de leite. A abertura do Laticínio Chapada Diamantina, em Ibicoara e o lançamento do projeto Casa de Leite são os dois marcos centrais desse movimento. O laticínio deu opção aos produtores que tinham um pequeno rebanho, mas que, sem destino certo para sua produção, acabavam tirando leite de vaca somente para uso próprio ou para revender a padarias e comércios locais.
Assim, até 2022, a produção de leite era considerada uma aventura. Segundo o laticínio João Antônio Aguiar Barbosa, a comunidade buscava opções para diversificar a economia da região e para oferecer mais produtos industrializados a turistas que visitam a Chapada, famosa por suas trilhas e cachoeiras. O problema era ter dinheiro para colocar as ideias de pé. É difícil que agricultores familiares que produzem leite consigam empréstimos de bancos, porque uma das condições para se conseguir crédito é o produtor ter uma agroindústria para receber a produção.
O laticínio tem 15 funcionários e prevê começar a dar lucro já em 2025, três anos depois do início das atividades da empresa. Atualmente, é a comunidade que abastece o laticínio. Nessa frente, o projeto Casa do Leite, uma parceria entre o Sebrae e prefeituras da região, oferece suporte técnico e estrutura aos produtores locais interessados em criar vacas leiteiras para obter renda extra. Na comunidade de Paiol, no município de Mucugê, por exemplo, o projeto estreou em maio de 2023. Desde então, as entregas mensais de leite no local, que eram de 7,9 mil litros no início, cresceram quase 300%, chegando a 31 mil litros em outubro.
O volume está bem acima da expectativa inicial, que era manter um volume de entregas na faixa de 10 mil litros ao mês. A renda mensal do Paiol com a atividade, que era zero, é hoje de R$ 73 mil, o que desperta o interesse de outros moradores, e alguns deles sequer têm ligação com a agropecuária. A Casa de Leite do Paiol previa chegar no fim de 2024 à marca de R$ 1 milhão repassados para produtores que entregam a bebida no local duas vezes ao dia. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.