06/Jan/2025
O cenário atual indica que o setor avícola nacional pode seguir crescendo em 2025, mas deve – novamente – enfrentar muitos desafios, sobretudo os relacionados à biossegurança animal e a conflitos em importantes países que são destinos da carne brasileira. A produção de carne de frango deve alcançar 14,2 milhões de toneladas em 2025, aumento de 2,9% frente à do ano anterior (estimada em 13,8 milhões de toneladas). A ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) projeta que o consumo per capita anual de carne de frango some 46,6 kg em 2025, incremento de 1,9% sobre o ano anterior. E o elevado preço da carne bovina é um fator que deve contribuir para o aumento no consumo da proteína avícola. As perspectivas de crescimento do setor avícola em 2025, contudo, dependem da ausência de casos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1 ou IAAP) em granjas comerciais (ou outros tipos de Influenza).
O surgimento da doença em plantéis industriais pode causar impactos negativos intensos ao setor, desde a mortalidade de animais e consequente desorganização da cadeia produtiva até restrições às exportações da carne brasileira. Em julho de 2024, vale lembrar, foi confirmado um foco da doença de Newcastle em uma granja comercial no município de Anta Gorda (RS), na região do Vale do Taquari. Após a confirmação, o governo brasileiro declarou autoembargo para demonstrar segurança e controle da situação aos países importadores. Naquele mês, levantamentos do Cepea identificaram um desequilíbrio entre oferta e demanda no Rio Grande do Sul, resultando em fortes quedas nas cotações dos produtos avícolas. Esse cenário de desvalorização foi reflexo da suspensão imediata dos embarques, que gradualmente foram retomados com a redução do zoneamento sanitário.
Por outro lado, o Brasil tem se beneficiado dessas circunstâncias. Isso porque casos de Influenza em outros países produtores têm deslocado a demanda global ao Brasil, que, ressalta-se, permanece livre dessa doença, de acordo com as diretrizes da Organização Mundial para Saúde Animal (OMSA). O setor brasileiro de avicultura de corte também precisa monitorar os conflitos no Oriente Médio, que completaram um ano em outubro de 2024. O Brasil é o maior fornecedor global de carne de frango Halal para países do Oriente Médio, incluindo os Emirados Árabes Unidos, que são os atuais segundos principais destinos da carne brasileira – em 2024, o Brasil escoou 425 mil toneladas de carne ao país árabe. No mesmo período, à Arábia Saudita, atual quarto maior destino da carne brasileira, foram embarcadas 341,1 mil toneladas; e ao Iraque, em oitavo, 166,8 mil toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.