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06/Jan/2025

Suíno: preços recordes com firme demanda externa

Como já era esperado pelo setor suinocultor nacional, a demanda externa por carne suína manteve-se firme ao longo de 2024, com as exportações brasileiras da proteína atingindo novos recordes. No mercado interno, o desempenho também foi positivo para o setor. Os valores de comercialização do suíno vivo e da carne atingiram as máximas nominais das respectivas séries históricas. Esse cenário, atrelado à desvalorização dos principais insumos da suinocultura, como o milho e o farelo de soja, permitiu que suinocultores ampliassem suas margens. O setor exportador brasileiro atingiu um novo recorde anual em 2024, ultrapassando a marca histórica de 1,2 milhão de toneladas alcançada em 2023. Em 2024, os embarques brasileiros de carne suína somaram 1,3 milhão de toneladas. Em termos de receita, o montante arrecadado em 2024 totaliza R$ 15 bilhões, 15% a mais que em 2023. Desde 2018, a China tem sido o principal destino da carne brasileira – vale lembrar que a Peste Suína Africana (PSA) naquele ano dizimou mais da metade do rebanho suíno do país.

Com a produção chinesa recuperada – e, inclusive, acima do volume pré-PSA –, a demanda vem diminuindo desde meados de 2022. Isso tem motivado o setor exportador suinícola nacional a diversificar mercados e/ou reforçar parcerias já consolidadas. Neste caso, ressalta-se que, em julho de 2024, Brasil e Filipinas oficializaram a equivalência dos sistemas de inspeção sanitária para as principais proteínas, incluindo a carne suína. Essa medida atestou o alto nível de biosseguridade da produção brasileira e resultou na desburocratização da inspeção e da habilitação de novas unidades exportadoras. Diante disso, as Filipinas têm liderado, desde agosto de 2024, o ranking dos principais destinos da carne brasileira, desbancando a hegemonia chinesa, que perdurou por cinco anos consecutivos. Assim, o Brasil embarcou às Filipinas 235 mil toneladas de carne suína, mais que o dobro da quantidade enviada ao país em 2023. A China, agora em segundo lugar no ranking, recebeu 222 mil toneladas de carne suína brasileira, expressivos 38% abaixo de 2023.

O grande destaque para o mercado suinocultor brasileiro ao longo de 2024 foi o segundo semestre, período marcado por altas consecutivas – até novembro – nos preços da carne e do suíno vivo, que, inclusive, atingiram máximas históricas nominais das respectivas séries históricas. O impulso aos valores veio das demandas interna e externa aquecidas, da oferta restrita de animais para abate e de ganhos de competitividade da proteína suinícola em relação à carne bovina no mercado doméstico. Para o animal vivo, na região paulista (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), a média de 2024 foi de R$ 8,10/kg, com expressiva valorização de 11,6% em relação à de 2023, em temos reais (valores deflacionados pelo IGP-DI). Em novembro, especificamente, o valor médio do animal atingiu R$ 9,94/kg, a maior média nominal da série histórica, iniciada em 2002. Em termos reais, esta foi a maior média em quatro anos.

Quanto à carne, a carcaça especial se valorizou 10,3%, com a média passando de R$ 10,56/kg para R$ 11,65/kg (valores deflacionados pelo IPCA). Também em novembro, a carcaça suína renovou o recorde nominal da série histórica, iniciada em 2009, ao fechar à média de R$ 14,82/kg. Em termos reais, trata-se da maior média desde novembro de 2020. A média anual do Indicador do milho ESALQ/BM&F (Campinas – SP) passou de R$ 71,11/saca de 60 kg em 2023 para R$ 66,10 em 2024, com queda de 7%, em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-DI). O preço do farelo de soja comercializado na mesma região paulista teve retração real de 18,1%, passando de R$ 2.627,71/tonelada para R$ 2.152,16/tonelada no mesmo comparativo. Com isso, o poder de compra do suinocultor apresentou avanço de 2023 para 2024, sendo de 13% frente ao milho e de 30% em relação ao farelo de soja. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.