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23/Set/2019

Suíno: PSA na Coreia do Sul beneficia mais os EUA

O surto de peste suína africana (PSA) na Coreia do Sul pode fazer com que o país importe mais carne dos Estados Unidos. De acordo com dados da Federação de Exportação de Carnes dos Estados Unidos, o país asiático foi o quinto maior comprador de carne suína norte-americana em 2018, com US$ 670 milhões. Segundo relatório divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), entre 6 e 12 de setembro o país vendeu 3 mil toneladas de carne suína para a Coreia do Sul. O levantamento ainda não reflete o surto da doença, que foi identificado no dia 17 de setembro. Com 50 milhões de consumidores, a Coreia do Sul importa cerca de US$ 1,5 bilhão por ano em carne suína. Em 2018, os Estados Unidos exportaram cerca de 220 mil toneladas do produto para o país asiático.

Além dos Estados Unidos, o aparecimento da doença na Coreia do Sul também favorece o Brasil como mercado exportador de carne suína. Mas, a China, hoje o país mais atingido pela doença, limitará o potencial de crescimento das vendas para outros países já que consome parte significativa da oferta. Além disso, a Coreia do Sul, que reportou dois surtos de peste suína na semana passada, obrigando o abate de rebanhos, pode recorrer a outros fornecedores (Estados Unidos e União Europeia). De toda maneira, a maior parte do que a Coreia do Sul pode demandar deve vir dos Estados Unidos, porque a produção de carne suína norte-americana é substancialmente maior do que a brasileira.

De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os norte-americanos produziram 11,94 milhões de toneladas de carne suína em 2018, ante 3,97 milhões de toneladas produzidas no Brasil no período. Os Estados Unidos podem exportar 2 milhões de toneladas e a capacidade do Brasil não chega a 1 milhão de toneladas este ano. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPR), no acumulado deste ano, o Brasil vendeu mais carne suína para a Coreia do Sul ante 2018. Entre janeiro e agosto de 2019, o país asiático adquiriu 3,39 mil toneladas de carne suína brasileira, contra 1,58 mil toneladas em todo o ano de 2018. Embora o avanço de um ano para outro seja expressivo, o volume representa uma parcela pequena das exportações do Brasil para todos os mercados, de 646 mil toneladas em 2018 e das importações totais da Coreia do Sul, de 753 mil toneladas no mesmo ano.

Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), os embarques do Brasil estão voltados sobretudo para a China. As plantas que estão habilitadas para a China exportam praticamente toda a capacidade. Sobram as unidades que não têm essa licença, e a Coreia do Sul pode entrar na disputa para conseguir essa proteína. Além disso, as vendas para a China têm menor concorrência, pois o país vive um conflito comercial com os Estados Unidos e tarifa a carne suína norte-americana. A Coreia do Sul é um dos países que pagam mais pelo produto, pois compra muito valor agregado (carne processada), embora o volume não seja tão alto. Isso a torna mais atraente. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.