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23/Set/2019

Leite: preço ao produtor pode reagir em setembro

Depois de registrar forte queda acumulada de 12,1% em julho e agosto, em termos reais (deflação pelo IPCA de agosto/2019), os preços do leite recebido por produtores podem reagir em setembro. Isso porque a captação de agosto não se recuperou conforme o esperado por agentes do setor e a disputa das empresas por matéria-prima se intensificou. A “Média Brasil” (Bahia, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) de agosto, referente à captação de julho, fechou a R$ 1,3466 por litro, recuo de 4,25% frente ao mês anterior (ou de quase R$ 0,06 por litro).

Em agosto, o movimento baixista esteve atrelado à pressão das indústrias, que tiveram suas margens espremidas no primeiro semestre, por conta dos altos preços da matéria-prima e das fracas negociações dos lácteos. No entanto, a oferta de leite no campo continuou limitada no decorrer de agosto. Para assegurar a compra de matéria-prima, diminuir a ociosidade não planejada (que se traduz em custos para as indústrias) e manter seus shares de mercado, as indústrias continuaram atuando com concorrência acirrada.

A maior disputa, por sua vez, impulsionou as cotações do leite no mercado spot na primeira e segunda quinzenas de agosto. Os preços de derivados também se elevaram em agosto, como reflexo dos menores estoques. Dois pontos são importantes para explicar a baixa oferta no campo neste momento. O primeiro é o fator sazonal, tendo em vista que o período seco prejudica a disponibilidade de pastagens. O segundo ponto está relacionado à conjuntura do mercado. Neste caso, a saída de produtores da atividade nos últimos anos e a grande insegurança em realizar investimentos de longo prazo frente às incertezas no curto prazo impactam negativamente a capacidade de crescimento da produção em 2019.

É importante lembrar que os preços do leite no campo são influenciados pelos mercados de derivados e spot, com certo atraso de um mês nesse repasse de tendência. Isso quer dizer que o preço ao produtor de setembro (relativo à captação de agosto) é influenciado pelas cotações dos derivados e spot de agosto. Os preços ao produtor de outubro, portanto, deverão ser influenciados pelo desempenho dos mercados de derivados e spot de setembro, que, vale observar, registraram quedas de preços na primeira quinzena deste mês, pressionados pela expectativa de recuperação na produção, após o retorno das chuvas nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste.

Em agosto, as cotações do leite spot (negociado entre as indústrias) registram expressivas altas, devido à menor oferta no campo nos principais Estados produtores. No entanto, em setembro, os preços do spot recuaram, influenciados pelo enfraquecimento nas negociações envolvendo os derivados e pelas perspectivas de aumento da captação frente ao início do período de chuvas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.