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17/Dec/2024

Boi: Ramax assume as operações do Bon-Mart/SP

O grupo Ramax, que atua na produção e exportação de carne bovina em Mato Grosso, vai assumir as operações do tradicional frigorífico Bon-Mart, de Presidente Prudente (SP). O plano é “virar a chave” da unidade para o mercado externo e aumentar em mais de 70% o faturamento da empresa do interior paulista. A previsão é alcançar receita de R$ 1,2 bilhão já em 2025, principalmente com o embarque de cortes para a China. A operação não envolve aportes e é uma parceria na qual o Bon-Mart ficará com parte do faturamento. A planta da Bon-Mart já é habilitada para exportar à China, mas a gestão mantinha o foco na venda de carne com osso ao mercado interno. Apenas 10% do faturamento atual, de R$ 700 milhões em 2024, é oriundo de exportações. A Ramax quer elevar essa fatia para entre 60% e 80%, com abate inicial de 500 cabeças por dia a partir de janeiro. A meta é embarcar 2,7 mil toneladas de carne bovina desossada por mês no ano que vem.

O frigorífico tem um modelo de negócio mais tradicional, está há décadas no mercado e é muito respeitado. A ideia é levar para um faturamento melhor na carne. A Ramax deve investir R$ 20 milhões em melhorias e adaptações operacionais e de performance na planta, principalmente para o congelamento dos produtos e o aproveitamento da capacidade total de abate e de desossa, de 780 e 600 bovinos por dia, respectivamente. No primeiro trimestre de 2025, o grupo espera habilitar a unidade para exportar aos Estados Unidos. Além da China, o estabelecimento já tem aval para vender ao Chile e a países da União Europeia. Para competir em um ramo dominado por gigantes, como JBS, Minerva e Marfrig, a aposta da Ramax é na conexão direta com os consumidores finais chineses, com o uso, inclusive, de plataformas para “distribuição digital” das carnes a restaurantes e hotéis chineses. A ferramenta funciona como uma “Amazon ou Alibaba das carnes”.

Há planos para adotar o modelo nos Estados Unidos. Além do reforço financeiro e econômico, a estratégia ajuda a solidificar a marca de pequenas e médias empresas em mercados de alta concorrência. Será possível colocar caixas de carnes produzidas no Bon-Mart em lugares que nunca chegaram antes, conectando diretamente com o restaurante, não no porto. A produção de carnes da unidade de Presidente Prudente (SP), que tem 270 mil metros quadrados, passará a ter a marca da Ramax. É uma questão institucional, não só de valor. As marcas serão mais resilientes e com demanda contínua mesmo em períodos de baixa de consumo de algum País. O modelo já é adotado nas exportações do frigorífico Redentor, em Guarantã do Norte (MT), que o grupo opera desde 2022. É “inimaginável” para empresas menores criar estruturas como os grandes frigoríficos fizeram, inclusive com escritórios no exterior.

A sociedade com plataforma digital é uma maneira criativa e inovadora de substituir esse custo e atender a clientela apenas com um clique. O plano é buscar mais frigoríficos pequenos e médios para adicionar a essa plataforma e ampliar os embarques a chineses, norte-americanos, europeus e chilenos. A companhia também atua como trading, na compra e exportação de carnes de ao menos 12 empresas em todo o País, além de fazer negócios no Paraguai, Argentina e Uruguai. Ainda planeja inserir outras carnes, como aves, peixes e suínos, na operação. Em 2024, a Ramax deve faturar R$ 2 bilhões, dez vezes mais do que em 2018. A previsão é encerrar o ano com exportação de 40 mil toneladas de carne bovina; 85% para a China. A partir da parceria com o Bon-Mart, a receita deve ir a R$ 3,2 bilhões já no próximo ano. Além do abate de bovinos, a Ramax também tem um confinamento com capacidade para 35 mil cabeças de gado bovino por ano em Juara (MT). Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.