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16/Dec/2024

Boi: Abiec priorizará novos mercados e comunicação

O novo presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa, terá como prioridades a internacionalização da produção nacional e a melhoria da comunicação sobre a sustentabilidade da proteína. Abrir mercados no Japão, Coreia do Sul, Turquia e Vietnã será uma de suas principais metas. Ele também conta com o lançamento do Plano Nacional de Rastreabilidade, pelo governo federal, para enfrentar as críticas internacionais à carne brasileira. Perosa deixou a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura em outubro passado e espera aplicar sua experiência no setor público e os relacionamentos construídos com autoridades globais para ampliar a presença da carne brasileira no mercado internacional. O processo de abertura de mercado é algo que compete ao governo.

No entanto, a Abiec quer dar suporte, utilizando a experiência acumulada por Perosa. A ideia é desenhar caminhos que facilitem as aberturas de mercado. é necessário trabalhar em uma comunicação mais eficaz, tanto interna quanto externamente. Para isso, o setor conta com o forte apoio da Apex para promover a carne brasileira no exterior. Inicialmente, os focos serão Japão, Coreia do Sul, Turquia e Vietnã, mercados estratégicos que representam 30% do mercado global de proteína bovina. A negociação com a Turquia está na reta final. A expectativa é que o acordo seja anunciado nos dois primeiros meses do ano que vem. O Japão também é uma prioridade, com uma visita de representantes da indústria japonesa já confirmada para fevereiro. Será uma oportunidade importante para avançar. Além disso, Perosa se mostrou otimista com o Vietnã, que está prestes a concluir as tratativas com o governo brasileiro.

A estratégia de Perosa para internacionalizar a carne brasileira inclui a abertura de três escritórios no exterior em 2025. Será aberto um escritório na China, outro em Bruxelas, na Europa, e um em Washington, nos Estados Unidos. Esses locais são estratégicos. A expectativa é que as operações comecem no primeiro semestre de 2025, mas ainda há questões a serem resolvidas, como a contratação de pessoal e detalhes jurídicos. Os Estados Unidos têm se tornado um mercado importante para a carne brasileira, justificando a necessidade de presença direta no país. Na Europa, a iniciativa pretende fortalecer o diálogo e combater as críticas sobre a sustentabilidade. O setor brasileiro sofre ataques diários, por isso é essencial ter um escritório para dialogar, explicar as práticas de sustentabilidade da carne brasileira e mostrar o que tem sido feito no Brasil.

A China, maior mercado para a carne brasileira, responde por cerca de 50% das exportações do setor. É preciso reforçar a presença lá. A ampliação da presença internacional também passará pelo aumento da participação da associação em eventos e feiras internacionais: de 5 ou 6 por ano para 15, sempre em parceria com os associados, dentro do grande projeto com a Apex. Será um novo momento de expansão e divulgação da carne brasileira no exterior. A sustentabilidade será outro pilar estratégico de sua gestão. Focar na recuperação de pastagens degradadas e intensificar a pecuária é o caminho. O Brasil é o maior exportador mundial de carne, mas pode ampliar ainda mais os volumes. Perosa também ressaltou a necessidade de uma comunicação mais clara sobre as práticas sustentáveis do setor. É preciso mostrar ao mundo o que está sendo feito no País.

O Brasil tem muito a ensinar sobre rastreabilidade. Muitos países não fazem o que já está implementado no País. Um passo decisivo para melhorar a imagem do setor será o lançamento do Plano Nacional de Rastreabilidade pelo Ministério da Agricultura, previsto para esta terça-feira (17/12). Esse plano mostrará que o Brasil rastreia individualmente cada cabeça de gado, começando por lotes e em fases. Será algo similar ao que a Austrália já fez. Para Perosa, o programa de rastreabilidade reforçará as práticas sustentáveis da pecuária brasileira e facilitará a comunicação internacional. Esse plano foi desenvolvido em conjunto com o setor privado. É fundamental que a iniciativa seja federal, porque, no final, os países dialogam entre si, não com Estados. O novo presidente da Abiec também acredita que a rastreabilidade pode fortalecer a posição do Brasil nas negociações com a União Europeia sobre a lei antidesmatamento do bloco, que teve sua implementação adiada por um ano.

Com a implementação da rastreabilidade nacional, a pressão diminui consideravelmente. Claro, os europeus sempre criarão novas questões, pois o objetivo deles não é só ambiental, mas também comercial. Mas, ainda assim, a solução está dada. Perosa também elogiou o acordo entre União Europeia e Mercosul, considerando-o excelente para o agronegócio em geral, mas especialmente vantajoso para as carnes. Ele destacou a criação de uma cota com tarifa de 7,5% destinada à carne bovina, como uma oportunidade estratégica. O Brasil terá direito a cerca de 43 mil toneladas. É uma grande chance de exportar cortes mais nobres para a Europa, enquanto a Ásia, outro grande mercado, demanda cortes dianteiros. Essa complementaridade entre os mercados europeu e asiático representa uma oportunidade de aumentar a rentabilidade da indústria brasileira de carnes. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.