12/Dec/2024
Exportação forte é fundamental para o desenvolvimento da pecuária brasileira. O acordo assinado entre Mercosul e União Europeia é muito importante para o setor nacional, mesmo que o bloco não seja destino de grandes volumes da carne bovina brasileira e tampouco venha a ser a partir desse entendimento. O principal benefício está na mensagem que é emitida a todos os demais países, sejam já compradores da carne brasileira ou não. A Europa é tradicionalmente um mercado exigente em qualidade do produto e processos e está se abrindo ao Brasil (grande ofertante do Mercosul), na medida do possível para contornar as enormes pressões dos produtores europeus, liderados pelos franceses. Objetivamente, o Acordo prevê a entrada de 99 mil toneladas de carne bovina (55% resfriada e 45% congelada) com tarifa de 7,5% para todos os países do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai). Permanece ainda a Cota Hilton, de 10 mil toneladas, que hoje tem tarifa de 20%, mas que será zerada na vigência do acordo.
Entre janeiro e novembro deste ano, os exportadores brasileiros enviaram à União Europeia cerca de 58 mil toneladas, o que representa apenas 3% do volume e 4% do valor recebido. Itália e Países Baixos são os maiores clientes no bloco europeu. Portanto, com a cota agora de 99 mil toneladas, as exportações brasileiras para União Europeia podem quase dobrar. Isso ajuda na diversificação dos destinos e, vale destacar, para compradores de carnes de maior valor. De janeiro a novembro, o volume exportado de carne bovina in natura cresceu 30%, totalizando 2.343 mil toneladas. A proteína in natura representou 88,6% das exportações totais de carne bovina; o restante é de processada. A China foi o destino de 51,6% de todo o volume in natura. O valor gerado com as vendas externas da carne in natura no acumulado de janeiro a novembro foi de US$ 10,6 bilhões, alta de 24,7% sobre o do mesmo período de 2023. Em novembro, o volume embarcado foi 21% maior que o de novembro do ano passado, mas diminuiu 15,6% em relação ao recorde de outubro.
Na primeira semana de dezembro, novamente, os dados indicam diminuição do volume frente à última semana de novembro. Com isso, o interesse dos frigoríficos pelo boi gordo também caiu, impactando os preços no mercado doméstico. A China, no último mês, foi responsável 51,6% de toda quantidade exportada. É a grande compradora da carne brasileira, mas o setor também pôde contar com o crescimento dos envios para os Estados Unidos, que compraram mais que o dobro do ano passado, tanto da carne in natura, quanto da processada. A participação dos Estados Unidos na receita obtida com as exportações de carne in natura subiu de 4,3% em 2023 (janeiro-novembro) para 7,9% em 2024. Outros destinos importantes e que também mostraram forte crescimento da in natura são os países árabes, em especial Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita que, juntos, representam 7,6% do faturamento em dólar; Chile (4,3%) e Filipinas (2,9%) também têm crescido. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.